«Elisa não sabe o que fiz, porque não esteve cá» - TVI

«Elisa não sabe o que fiz, porque não esteve cá»

Elisa Ferreira 5

Rui Rio à procura do «tri» com propostas de todos em cima da mesa

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Rui Rio quer conquistar o «tri» com «praticamente a mesma estratégia», mas com uma alteração nas prioridades. Passam a ser «a coesão social, a reabilitação da habitação social, do parque escolar e da Baixa e a competitividade e o emprego». «É por este caminho que estamos a seguir e que queremos continuar com mais força ainda», garantiu, no debate na RTP.

No entanto, para Elisa Ferreira, o «Porto transformou-se numa espécie de donut», numa alusão ao buraco que perde o recheio para o que está à volta (Matosinhos, Maia...) «O Porto tem de perceber que é o coração da área metropolitana, tem de funcionar em rede com aquilo que tem de bom: a universidade, as instituições culturais, as imagens fortes internacionalmente», disse, propondo «três centros de acolhimento empresarial».

Para o actual presidente, as propostas da candidata do PS não são claras: «Tenho dúvida se as pessoas perceberam alguma coisa. É tudo muito esotérico, muito bonito, mas temos de ser claros. É preciso apostar em dois sectores: ciência e turismo. Na ciência dou o exemplo do nosso projecto de requalificação do Palácio de Cristal. No turismo, há o Sealife, o Palácio de Freixo transformado em pousada, a reabilitação dos mercados Ferreira Borges e do Bom Sucesso.»

No final da enumeração da sua obra, Rio atacou: «Elisa não sabe o que fiz, porque não esteve cá». A adversária classificou de «lamentável» que o social-democrata «trate as propostas dos outros com sobranceria». «Rui Rio nunca colocou a competitividade e o emprego nos seus programas. Disse-me que eu era louca. Depois lá reflectiu e acrescentou ao programa, mas as propostas são sempre as mesmas», criticou.

A candidata pelo PS também colocou as suas propostas na mesa: «Bolsas para reter na cidade jovens licenciados, empregos para a reinserção social e criar uma agência para captar investimento.» Perante a reacção do adversário, Elisa atirou: «O senhor ri-se porque tem emprego.» Mas Rio não gostou e chegou a ameaçar que «desistia» do debate.

O candidato do PCTP-MRPP, João Valente Pinto, defendeu a linha de alta velocidade para aumentar a competitividade e o emprego na cidade.

Para o candidato da CDU, a competitividade não pode ser discutida «sem antes se proporcionar boas condições de vida a todos». «Há muitos milhares de portuenses que vivem em condições indignas de uma cidade cosmopolita do século XXI», referiu Rui Sá, acrescentando que «uma cidade competitiva não pode perder população ao ritmo que o Porto tem perdido, 16 habitantes por dia». «Estancar isto como? Através do custo da habitação. Tem de se construir a preços mais baratos», propôs.

João Teixeira Lopes também fez o seu «diagnóstico» da cidade, «repudiando vivamente» uma declaração de Rui Rio sobre os «subsídio-dependentes». «Há pessoas que recebem o RSI mas trabalham, têm é um salário muito baixo. E há pensionistas que o recebem porque têm uma reforma abaixo do salário mínimo. Os subsídio-dependentes são os senhores do BPN que Rui Rio conhece tão bem e que roubaram ao Estado milhões de euros», apontou.

Voltando a uma questão levantada esta quinta-feira, o bloquista insistiu: «Vendeu 200 milhões de euros de património, a dívida subiu, houve menos investimento, então para onde foi o dinheiro? Foi para uma espécie de salário do responsável pelas Águas do Porto [Poças Martins] que recebe 128 mil euros por ano.»

Rui Rio não gostou da acusação e contou como contratou Poças Martins à Águas do Douro e Paiva. «Ele não queria receber mais, nem menos, queria o mesmo. Ele conseguiu uma enorme poupança de água no Porto e conseguiu duas bandeiras azuis para a cidade, não ia abdicar disso», explicou.

Teixeira Lopes não ficou satisfeito e assegurou que o autarca «confessou uma ilegalidade». «Este é que é um subsídio-dependente», atirou ainda.
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