«Rui Rio é quase fascista» - TVI

«Rui Rio é quase fascista»

Rui Rio

Debate com candidatos à Câmara do Porto centrado nas críticas ao actual presidente

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O debate com os cinco candidatos à Câmara Municipal do Porto na RTP transformou-se numa avaliação aos oito anos de mandato de Rui Rio à frente da autarquia, com Elisa Ferreira (PS), Rui Sá (CDU) e João Teixeira Lopes (BE) quase «coligados» na frente de ataque.

«Rui Rio obriga as associações, quando recebem apoio da Câmara, a abster-se de críticas que ponham em causa o bom nome e a imagem do Porto. Isto é quase fascista», criticou o bloquista. «Rio tem procurado impor um conjunto de limitações. Ele procurou impedir os munícipes de participarem nas reuniões da Câmara e retirou os cartazes da Associação 25 de Abril», continuou o comunista, acusando mesmo o presidente de «asfixia democrática».

O autarca defendeu-se, explicando: «Quando um produtor de cinema pede apoio à Câmara, esse filme não pode dar uma imagem globalmente negativa da cidade. Em relação à Associação 25 de Abril, retirámos os cartazes porque estavam em sítios ilegais. Disseram logo que éramos contra o 25 de Abril, éramos isto e aquilo¿ Ai é? Então corta-se o apoio. Aqui ilustra-se comunismo, fascismo, o que for¿ As reuniões de Câmara são degradantes, é pessoas a chorar, a queixar-se que o marido lhes bate¿ Têm um gabinete do munícipe para isso.»

Para Teixeira Lopes, «ficou claro que quando Rui Rio se irrita estala o verniz». «Criticam? Corta o subsídio. Não dizem o que ele quer que eles digam? Então não dizem», apontou.

Elisa, o F. C. Porto e Bruxelas

Ao longo da campanha, Elisa Ferreira teve de explicar por diversas vezes a sua relação com o F. C. Porto e a sua dupla candidatura. Esta noite, fê-lo mais uma vez. «É um ano especial. O PS convidou-me para continuar no lugar que tinha [eurodeputada], mas abdico desse lugar para vir para o Porto e sou candidata ao Porto», esclareceu.

Quanto ao futebol, negou qualquer «promiscuidade» com Pinto da Costa. «Não conheço nenhum político nacional que tenha beneficiado tanto do futebol como Rui Rio. Era uma pessoa que não era conhecida como político e transformou-se numa grande figura em termos de mediatismo por isso. Já eu acho que a relação entre a Câmara e as instituições da cidade tem de ser isso mesmo: institucional. Não há motivo nenhum para ser hostil e abrir uma guerra para me afirmar», disse.

O Parque da Cidade e o bairro do Aleixo

Os candidatos discutiram duas das situações mais problemáticas da cidade. Rui Rio defendeu a sua opção de não haver construção no Parque da Cidade, mas dar outros terrenos aos promotores imobiliários, «que estão na comissão de honra de Elisa Ferreira», atirou.

«Quem está na minha comissão de honra passa a ter etiqueta de criminoso», respondeu Elisa, acrescentando que defende que «continue o processo negocial», mas não descartando a construção naquele local.

Já Rui Sá concorda com Rio na não construção, mas defende o pedido de um empréstimo, e Teixeira Lopes quer uma «renegociação mais forte».

Em relação ao bairro do Aleixo, o candidato do PCTP-MRPP disse mesmo que «parece que há ali um interesse para além da resolução do problema da droga». Rio desmentiu e esclareceu que é necessário demolir o bairro e realojar as pessoas noutros pontos da cidade.

Elisa voltou a não descartar a demolição e preferiu uma solução definitiva para quando vir «os estudos de sustentabilidade». Já o bloquista considerou a demolição «um tique autoritário»: «É possível recuperar os prédios e manter as pessoas lá. Não é preciso reportá-las.» A mesma ideia é defendida pelo candidato da CDU.
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