Manuela Ferreira Leite, candidata à liderança do PSD, considerou segunda-feira à noite, em Coimbra, que o problema prioritário de Portugal é de natureza social e «não de contas públicas», alertando para o aumento do desemprego e o surgimento de «novos pobres», escreve a agência Lusa.
A candidata, que falava perante um auditório lotado de militantes, afirmou que o problema do desemprego é «sério» e não uma questão de «percentagens ou números» que o Executivo de José Sócrates apresenta em estatísticas.
«O desemprego afecta jovens qualificados e a faixa etária entre os 40/50 anos, pessoas que estão na sua força máxima da vida activa, e ainda não ouvi o PS apresentar uma solução ou dizer o que está a fazer para a resolver», criticou a antiga ministra das Finanças.
Atenção às pequenas e médias empresas
A candidata laranja alertou ainda para as dificuldades vividas pelas pequenas e médias empresas, que se reflecte no aumento do desemprego, e para o surgimento de «novos pobres» de quem o Governo não tem «falado», assumindo-se como uma social-democrata que pretende devolver o partido à sua matriz inicial.
«Não sou populista nem liberal», salientou, definindo-se como «muito social-democrata» e defendendo «um partido humanista e interclassista».
Entre na cabeça dos candidatos
Passos Coelho e o «perfil de liderança»
Aos militantes, que encheram por completo o auditório da delegação do Instituto Português da Juventude, Manuela Ferreira Leite pediu para que tenham consciência de que nas directas «estarão a escolher o candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, aquele que pode reunir as melhores condições para enfrentar José Sócrates».
«Ou nos apresentamos aos portugueses com crédito ou não será muito risonho o futuro do PSD», advertiu a antiga ministra das Finanças, que rejeita, no entanto, o desaparecimento do partido que é «uma instituição robusta e arreigada na sociedade portuguesa».
Salientando que o Governo socialista tem prejudicado o País por não ter «uma oposição à altura», a candidata a líder dos sociais-democratas insistiu que, se houver «pessoas menos credíveis» a disputar as legislativas, tal poderá ter um «efeito muito negativo nas autárquicas», que poderão vir a realizar-se no mesmo dia.
Indirectamente, Manuela Ferreira Leite criticou a presidência de Luís Filipe Menezes dizendo que os líderes devem saber «conviver com a crítica» e que não podem atirar a toalha ao chão pelo número de críticas que recebem.
«A liderança não é um capricho mas uma responsabilidade que deve ser levada até ao fim dos mandatos», frisou a antiga ministra das Finanças.
Confrontada por uma militante, Manuela Ferreira Leite defendeu a continuidade do Estado nos sectores da Educação e da Saúde, «para servir com qualidade as pessoas com menos meios» e a necessidade do sector privado intervir nestas áreas.
«É necessário e desejável que o sector privado tenha intervenção. Em todo o caso, se deixássemos só o sector privado, a quantidade e a qualidade dos serviços oferecidos não seriam os desejáveis do ponto de vista social», afirmou.
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Ferreira Leite alerta para os «novos pobres»
- Redação
- PO
- 20 mai 2008, 09:55
![Manuel Ferreira Leite](https://img.iol.pt/image/id/10430552/1024.jpg)
Candidata afirmou que o problema do desemprego é «sério» e não uma questão de «percentagens ou números» que o Executivo de apresenta em estatísticas
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