PT/TVI: Passos Coelho também quer Sócrates na comissão - TVI

PT/TVI: Passos Coelho também quer Sócrates na comissão

Passos Coelho

Candidato diz que o primeiro-ministro deverá ser chamado e deverá comparecer

Relacionados
O candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho defendeu esta sexta-feira que seria «preferível» o primeiro-ministro depor pessoalmente na comissão de inquérito à alegada actuação do Governo na tentativa de compra da TVI.

Em declarações aos jornalistas, em Viseu, onde participou num jantar com mais de mil apoiantes à sua candidatura, Passos Coelho considerou que «dificilmente o primeiro-ministro deixará de ser chamado à comissão de inquérito».

Isto porque, acrescentou, esta «tem um objecto muito preciso, que é o de saber como é que decorreu o negócio da PT e da compra da TVI e a suspeita que existe é justamente a de que possa ter havido interferência do Governo e do primeiro-ministro neste processo».

«Não sabemos se houve ou não, mas dificilmente se conseguirá evitar questionar o primeiro-ministro sobre isso», afirmou.

No entanto, lembrou que «o primeiro-ministro tem a possibilidade de responder por escrito e não presencialmente», apesar de achar que «seria bom que pudesse presencialmente responder aos deputados».

«Quanto mais não seja porque ele está amiúde no Parlamento, tem debates mensais de 15 em 15 dias e não lhe ficaria mal ir ao Parlamento também à comissão de inquérito responder», acrescentou.

Desta forma, justificou, seria possível «desde logo o contraditório e contra-interrogar o primeiro-ministro».

«Mas isso pode ser feito por escrito, é uma prerrogativa que ele tem e julgo que não faz sentido estarmos agora aqui a criar um episódio em torno dessa questão», ressalvou.

Durante o seu discurso, Passos Coelho disse ter a noção de que nas eleições para a presidência do PSD será escolhido o candidato a primeiro-ministro, porque «ninguém acredita, em Portugal, que este Governo dure quatro anos».

«Este Governo não tem capacidade reformista e o actual primeiro-ministro enfrenta a onda de maior descredibilização política de que eu tenho memória em qualquer primeiro-ministro desde o 25 de Abril», afirmou.

Apesar de admitir que não se deve fazer política «a atirar lama para cima de ninguém», nem das pessoas do mesmo partido, nem dos outros, lembrou que «cada vez que há uma complicação, cada vez que alguma coisa menos clara» é referida na comunicação social ou na investigação penal, «lá aparece o nome do actual primeiro-ministro».

«Pode ser coincidência, ninguém daqui faz acusações, mas o país já não suporta por muito mais tempo um primeiro-ministro que é mais instado a dar explicações sobre o seu comportamento do que sobre aquilo que decide à frente do Governo», referiu.

É neste âmbito que Passos Coelho duvida que este Governo e José Sócrates «durem quatro anos», garantindo que, se houver eleições antecipadas, o PSD não será apanhado desprevenido.
Continue a ler esta notícia

Relacionados