«Um partido de cara lavada», remata Pacheco Pereira

O comentador político e ex-dirigente social-democrata Pacheco Pereira disse hoje que o PSD, daqui para a frente, «é um partido de cada lavada, um partido credível, no qual as pessoas acreditam» e que «o Governo está muito preocupado», noticia a Lusa.

Numa reacção à intervenção final de Manuela Ferreira no Congresso do PSD, em Guimarães, o comentador, professor universitário e apoiante da nova líder social democrata destacou: «Se há uma coisa que eu tenho a certeza com a dra. Manuela Ferreira Leite é que ela só diz aquilo em que acredita e que acha que pode fazer».

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Pacheco Pereira considera que isso «é uma diferença muito significativa» face ao modo como, em seu entender, se tem feito política em Portugal nos últimos anos. «No fundo apenas para a imagem», resumiu.

«Os eleitores, em 2009, vão votar numa situação economicamente muito difícil e eu estou convicto de que, mais do que tudo, eles preferem que se lhes fale a verdade e se lhes diga o que se pode fazer e isso é muito importante», continuou.

Pacheco Pereira rejeita a opinião daqueles que, como o PS, defendem que Ferreira Leite fez um discurso de generalidades. «Não são generalidades, porque em cada coisa que ela afirmou está presente uma opção e as opções não são generalidades, são escolhas».

«Resposta desesperada» de Sócrates

Questionado sobre o comentário do primeiro-ministro José Sócrates ao primeiro discurso feito por Manuela Ferreira Leite, na sexta-feira, resumindo-o a «maledicência», o comentador reagiu assim: «Isso é uma resposta um pouco desesperada de quem não sabe o que há-de dizer».

Pacheco Pereira afirmou esperar que primeiro-ministro mantenha essa linha de argumento até às eleições de 2009, «porque não vai ter grande sucesso», pois, disse, «se há coisa que não cola com uma pessoa como a dra. Manuela Ferreira Leite é que ela faça qualquer espécie de maledicência».

O que Pacheco Pereira conclui do que disse José Sócrates é que «o Governo está muito preocupado». Mas «é preciso ver se há Governo, porque já há vários meses que não vejo governo nenhum em Portugal».

De qualquer modo, completou, «há também um tempo de construção programática». «Prefiro uma oposição que é sóbria e que só fala quando tem alguma a dizer. Acho que isso, em Portugal, é do mais saudável que há».