PGR explica escutas no Parlamento - TVI

PGR explica escutas no Parlamento

  • Portugal Diário
  • 24 out 2007, 12:36
Pinto Monteiro (foto Lusa)

Deputados votaram por unanimidade, mas, a pedido do CDS/PP, Pinto Monteiro apenas será ouvido dentro de 15 dias. Militares e PSP também acreditam estar a ser alvo de escutas ilegais. Sindicalistas dizem que escutas coincidem com as alturas em que organizam protestos. Tenho dúvidas que não tenha telefones sob escuta, disse o PGR

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A audição parlamentar urgente do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, sobre escutas telefónicas foi aprovada esta quarta-feira por unanimidade, mas o próprio partido que a requereu, o CDS-PP, pediu que se realizasse depois da próxima semana, refere a Lusa.

A audição do Procurador-Geral da República com carácter de urgência foi aprovada pelo PS, PSD, PCP, CDS-PP e BE na Comissão de Assuntos Constitucionais e deverá ser marcada para daqui a cerca de quinze dias, coincidindo com a semana do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2008.

O deputado do CDS-PP Nuno Melo foi quem pediu que não fosse agendada para a próxima semana porque se iria ausentar do Parlamento nesse período e gostaria de estar presente na audição.

«Quer carácter de urgência e vai-se embora», comentou o deputado do PSD Luís Montenegro. «Havia um terramoto causado pela entrevista, mas a remoção dos escombros pode levar um mês», ironizou o deputado do PCP António Filipe.

Foram também aprovadas as audições do ministro da Justiça, Alberto Costa, por unanimidade, e do presidente do Conselho Superior de Magistratura, Noronha Nascimento, com o voto contra do PCP e a abstenção do BE, condicionada à sua disponibilidade para ser ouvido.

Militares e PSP suspeitam de escutas ilegais

Depois de o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, ter admitido ao «Sol» que o seu telefone poderá estar sob escuta, numa resposta à pergunta «O que pensa da possibilidade de os serviços de informações fazerem escutas?», esta quarta-feira foi a vez de dirigentes de associações profissionais de militares e da PSP revelarem a desconfiança de que os seus telemóveis estarão a ser escutados ilegalmente.

Segundo o vice-presidente da Associação de Sargentos, David Pereira, em declarações ao «Público», há «indícios muito fortes» para o «afirmar com segurança».

David Pereira estabelece uma relação entre essas suspeitas e os protestos dos militares sobre a perda de regalias sociais. Recorda mesmo que a 11 de Setembro do ano passado, quando foi deslocado de uma unidade para outra, após um período de detenção por ter participado no «passeio do descontentamento», dois colegas foram ouvidos pelos mesmos motivos, não tendo qualquer um deles conseguido contactar entre si.

Acrescenta que por vezes ouvem «estalidos» no início da conversa. Questionado sobre se desconfia dos serviços de informação militar, David Pereira responde: «Quem as faz não sei, mas lá que esses episódios coincidem com os perídos mais quentes da nossa luta, coincidem».

Também o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, desconfia de que os sindicalistas estarão a ser alvo de escutas ilegais.

«Acredito por experiência própria que a PSP escuta os seus próprios funcionários, sobretudo os sindicalistas», referiu.

Por seu lado, o presidente da Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), António Ramos, lembrou que ainda tem um processo pendente por ter denunciadoa existência de uma polícia secreta dentro da PSP, desmantelada há dois anos, mas que estará a ser reactivada.

A referida «secreta» será o Departamento de Informações Policiais da PSP, em Belas, que segundo os sindicalistas, terá equipamento para efectuar escutas».
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