Portugal e Espanha juntos no combate à ETA - TVI

Portugal e Espanha juntos no combate à ETA

  • tvi24
  • Patrícia Batista
  • 18 fev 2010, 19:34
Rui Pereira e Álvaro Rubalcaba

Rui Pereira e Álvaro Rubalcaba criam grupo de cooperação policial para combater o terrorismo

Portugal e Espanha vão criar um grupo de cooperação policial que juntará forças dos dois países e que terá como principal objectivo combater o terrorismo. A decisão surgiu numa reunião, realizada esta quinta-feira, que juntou o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o seu homólogo espanhol, Álvaro Rubalcaba.

No final da reunião, realizada no Forte São Julião da Barra, em Oeiras, que contou ainda com a presença de secretários de estado e representantes das forças policiais dos dois países, os ministros elogiaram a cooperação existente entre as forças polícias portuguesas e espanholas, mas sublinharam que esta pode ainda ser aprofundada.

«Vai ser celebrado ainda este mês um memorando de entendimento que vai contemplar a criação de um grupo de cooperação policial para acompanhar o fenómeno do terrorismo», anunciou o ministro da Administração Interna, Rui Pereira.

A criação deste grupo vai ser formalizada no dia 23 de Fevereiro, através da assinatura de um memorando de cooperação entre os dois países.

O ministro do Interior Espanhol congratulou-se este acordo: «Sempre que venho a Portugal tenho uma boa notícia».

Além da criação deste novo grupo, Rui Pereira destacou ainda o facto de as forças policiais portuguesas estarem a ter formação de combate ao terrorismo. «Está a ser desenvolvida uma acção de formação dirigida à Polícia Judiciária, PSP, GNR e SEF, a ter lugar na escola prática da GNR», especificou.

«Onde quer que os etarras vão, irão encontrar a polícia, seja espanhola, portuguesa ou francesa»

O ministro do interior espanhol destacou a eficácia policial no combate à ETA. «De 1 de Janeiro até hoje já foram detidos 25 presumíveis etarras», anunciou, frisando que «onde quer que os etarras vão, irão encontrar a polícia, seja espanhola, portuguesa ou francesa».

Alfredo Rubalcaba destacou a importância que tiveram para Espanha as investigações conjuntas realizadas em Zamora, onde se encontrou uma carrinha cheia de explosivos que se deslocava para Portugal, e em Óbidos, onde, de acordo com o ministro espanhol, estava uma base terrorista da ETA onde se «criavam explosivos, que iriam ser detonados posteriormente em Espanha».

Questionado sobre a vontade manifestada anteriormente para que os dois alegados etarras detidos em Portugal fossem julgados em Espanha, Rubalcaba disse que este é um assunto judicial e que respeita a justiça portuguesa, não se querendo pronunciar mais sobre o assunto.

Também Rui Pereira manifestou confiança na justiça em Portugal. «Confio plenamente na justiça em portuguesa em relação ao desfecho do processo», afirmou, garantindo, no entanto, que não tem qualquer informação sobre o desenrolar do caso em tribunal.

«Em Janeiro não havia indícios de nenhuma base da ETA em Portugal», reafirma Rui Pereira

O ministro da Administração Interna garantiu que em Janeiro ainda não havia indícios da existência de uma base da ETA em Portugal. Questionado sobre ter negado anteriormente a presença da ETA no país, o ministro da Administração Interna disse que «é falso que tenha negado a força da ETA em Portugal. Disse que não havia indícios objectivos de nenhuma base da ETA. E reafirmo.»

Alfredo Rubalcaba saiu em defesa do homólogo português: «Sabíamos que a ETA se movia por Portugal, mas não tínhamos indícios objectivos da existência de uma base no país».
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