Comício PS: Jorge Coelho, a outra estrela - TVI

Comício PS: Jorge Coelho, a outra estrela

Militante destacado do partido discursou antes de José Sócrates

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A maior surpresa do comício de celebração de três anos de Governo não foi o anúncio de alguma medida de José Sócrates, mas a presença de Jorge Coelho, que chegou mesmo a discursar para os cerca de dez mil socialistas que se juntaram no Porto.

Afastado das lides executivas, é sabido que o ex-ministro é um militante convicto, com uma intervenção pública muito marcada. Agora, parece ter dado mais um passo em frente no apoio ao Governo, comparecendo na manifestação pública mais marcante após a conquista do poder nas eleições de 2005.

Sócrates: «Acredito neste país»

Governo em força no comício socialista

«Hoje não é dia de festa, mas antes de cerrar fileiras. Festa só quando vencermos as próximas eleições», começou por referir, naquele jeito convincente que o torna num dos socialistas mais acarinhados e respeitados do momento. Sentiu-se isso mesmo no contacto com o povo.

«Quando isto toca a doer, estamos unidos que nem uma pedra», referiu, a propósito da contestação social. Demorou vinte minutos em expressar a opinião, mas ninguém se cansou de o ouvir. E até se permitiu lançar uma farpa à oposição: «O país precisa de um PSD organizado, mas parece que o seu único objectivo é substituir o líder».

Em concertação absoluta com o discurso do primeiro-ministro, falou ainda na necessidade de operar reformas. «O pior que nos poderia acontecer, a vergonha maior que poderíamos agora sentir é se, para agradar a gregos e troianos, não tivéssemos feitos nada. A vergonha que poderíamos ter é registarmos os piores índices da Europa ao nível da educação e não fazermos nada», advogou.

Pouco depois, o próprio José Sócrates saudaria as palavras de Jorge Coelho: «Agradeço-lhe por este regresso à política».

Mensagens de confiança

Antes de Coelho, discursaram no mesmo palanque, situado a meio do Pavilhão do Académico, o líder parlamentar (Alberto Martins), o presidente do PS/Porto (Renato Sampaio) e a eurodeputada Elisa Ferreira, que se perfila como forte candidato à presidência da Câmara do Porto.

Todos eles passaram uma imagem de confiança. Alberto Martins optou por criticar a oposição, nomeadamente os sociais-democratas, referindo-se ao pacto de justiça: «O PSD assina compromissos num dia, mas no dia seguinte diz que não os honra». Renato Sampaio preferia colocar o dedo noutra ferida: «Pelo PSD fala Pedro Santana Lopes, Ribau Esteves, Luís Filipe Menezes de manhã e Luís Filipe Menezes à tarde».

Elisa Ferreira foi comedida, referindo «concordar com a essência» das medidas que têm sido tomadas pelo Governo de José Sócrates, que foi seu secretário de Estado no primeiro executivo de António Guterres.
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