«Acordem», diz Sócrates - TVI

«Acordem», diz Sócrates

  • Portugal Diário
  • 23 out 2007, 12:56

Refutou as críticas ao novo Tratado de Lisboa, porque até o resto do Mundo já disse que a Europa «está mais forte»

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O presidente em exercício da União Europeia, José Sócrates, refutou esta terça-feira no Parlamento Europeu críticas ao novo Tratado de Lisboa, dizendo àqueles que têm dúvidas para «acordarem», porque até o resto do Mundo já disse que a Europa «está mais forte», escreve a Lusa.

«Quero dizer a todos aqueles que têm dúvidas sobre o Tratado e sobre a capacidade da Europa: por favor, acordem para a realidade! O Mundo já disse qual foi a sua conclusão sobre o Tratado: a Europa ficou mais forte», disse o primeiro-ministro, na sua intervenção final no hemiciclo de Estrasburgo, após um debate sobre a Cimeira de Lisboa.

Depois de ouvir as intervenções de perto de cinco dezenas de eurodeputados, algumas das quais com reservas sobre a força e eficácia do Tratado acordado na semana passada em Lisboa, Sócrates reiterou que o Tratado torna a Europa «mais capaz de responder aos desafios globais e mais capaz de responder àquilo que são as questões estratégicas» e afirmou que «ninguém pode dizer que a Europa não fica mais forte».

Sustentando que o novo documento «potencia a economia europeia e dá condições para que Europa desempenhe melhor o seu papel no Mundo», Sócrates afirmou que «o Mundo olhou para a Europa, depois de Lisboa, com esperança de que a Europa esteja de regresso para assumir o seu papel no Mundo».

«Este tratado fez-nos progredir. Os outros já o disseram sobre a Europa. Não, não tenham dúvidas, acordem! Nós estamos mais fortes, a Europa está mais confiante depois do acordo de Lisboa», reforçou José Sócrates dirigindo-se à assembleia.

Sócrates cita Fernando Pessoa

Citando Fernando Pessoa, Sócrates disse que, como europeu, também tem «saudades do futuro», do tempo em que a Europa discutia o futuro e liderava, acrescentando acreditar que «este Tratado dá condições à Europa para o fazer».

Apontando que muitos se mostram insatisfeitos com este Tratado como se manifestariam «com qualquer outro», por não acreditarem na Europa, Sócrates considerou que só vale a pena debater a questão com aqueles que «desejariam outro» tratado, para lhes dizer que, neste momento, «a alternativa era entre este ou manter a crise institucional» criada pela rejeição da Constituição europeia, em 2005, nos referendos em França e Holanda.

Quanto às vozes que se erguem em defesa de referendos, Sócrates apontou que a «ratificação é uma questão que tem a ver com cada um dos países», e por a Europa ser democrática é que é dado o direito de escolha a cada Estado-membro.

Nas suas intervenções, as grandes famílias políticas do Parlamento Europeu saudaram na generalidade o acordo alcançado em Lisboa e felicitaram a presidência portuguesa.

Todavia, foram ouvidos diversos reparos às reivindicações apresentadas (e conquistadas) por alguns Estados-membros, com críticas sobretudo aos regimes de excepção para o Reino Unido, e diversos deputados rejeitaram um ambiente de euforia e participar na «glorificação» deste Tratado, considerando que fica aquém da Constituição europeia.
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