Seguro insiste que austeridade não resolveu nenhum problema - TVI

Seguro insiste que austeridade não resolveu nenhum problema

António José Seguro [LUSA]

Para o secretário-geral do PS a política de austeridade do Governo apenas contribuiu para o aumento do desemprego e da dívida pública

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O secretário-geral do PS, António José Seguro, reiterou esta segunda-feira, em Montemor-o-Velho, que a política de austeridade do Governo não resolveu nenhum problema do país e contribuiu para o aumento do desemprego e da dívida pública.

Confrontado pelos jornalistas, numa visita à Feira de Ano, com as declarações da diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que apontou Espanha como o único país da zona euro a progredir, o líder socialista enfatizou que o «inferno está cheio de belas palavras e é preciso passar das palavras aos atos».

«Não esqueço, que há mais de três anos disse a Christine Lagarde e ao FMI que a política de austeridade do custe o que custar conduziria ao empobrecimento do país e não resolve nenhum, mas nenhum problema», sublinhou o dirigente do PS.

Para António José Seguro, «é por essa política [austeridade] que o nosso país tem hoje mais desempregados e tem hoje mais dívida pública e não encontra nenhuma solução».

«O caminho é errado e o empobrecimento não conduz à resolução de nenhum problema», frisou, salientando que Portugal precisa de ter «rigor nas contas e a economia a crescer para conseguir pagar a dívida pública, equilibrar as contas, criar emprego e garantir que há dinheiro para uma escola pública, um bom Serviço Nacional de Saúde e boa proteção social».

No campo da recuperação económica na Europa, a diretora do FMI considerou que a Alemanha pode fazer mais, com aumentos salariais e maiores investimentos em infraestruturas que estimulem a procura e favoreçam a recuperação no país e no conjunto da zona euro.

Uma declaração que motivou o líder do PS a aconselhar Christine Lagarde a dizer à chanceler alemã Angela Merkel, porque «os portugueses e outros povos europeus passam por pesados sacrifícios enquanto outros países beneficiam do sofrimento do povo português».

«O que é necessário não são belas palavras de arrependimento, é passar das palavras aos atos. É preciso que a Europa faça a sua parte, que o Banco Central Europeu possa combater a especulação financeira dos mercados e possa emprestar dinheiro diretamente aos Estados, e é necessário mutualizar parte da dívida dos países europeus de modo a que paguemos menos juros», sublinhou.

O secretário-geral do PS e candidato às eleições primárias do partido de 28 de setembro considerou ainda a aparente contradição da ministra das Finanças e do vice-primeiro ministro sobre a necessidade de moderar os impostos no próximo ano, como a «tradicional forma de enganar os portugueses».

Depois de ter sido recebido esta manhã na Câmara de Montemor-o-Velho, António José Seguro visitou a Feira de Ano, acompanhado do autarca socialista Emílio Torrão, seu apoiante nas eleições internas, tendo recebido muitos incentivos para o sufrágio que vai disputar com o opositor António Costa a 28 de setembro.
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