Governo acusado de tentar «debilitar» o SNS - TVI

Governo acusado de tentar «debilitar» o SNS

Saúde (arquivo)

O PCP e o BE defendem a adopção de medidas para corrigir a falta de recursos humanos no sector

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O PCP acusou o Governo esta quarta-feira de lançar uma «ofensiva para debilitar» o Serviço Nacional de Saúde e promover «a fuga» de médicos para o privado, alertando que a falta destes profissionais «vai atingir pontos de ruptura».

Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, destacou que as medidas lançadas pelos Governos socialistas inserem-se numa «estratégia de privatização» do Serviço Nacional de Saúde (SNS), destacando que «60 por cento dos gastos do Estado com a Saúde são realizados no sector privado, que já gere» cerca de metade dos serviços do sector, informa a Lusa.

Para o PCP, está em curso «uma campanha ignóbil para desacreditar os profissionais de saúde e o próprio SNS, desenvolvida por aqueles que sabem que uma gestão ruinosa dos recursos humanos é o caminho mais eficaz para acabar com o SNS».

«A falta de médicos no SNS vai desta forma atingir pontos de ruptura, como acontece na área dos cuidados primários, em que se prevê que em 2016 cerca de 80 por cento dos médicos de medicina geral e familiar tenham mais de 55 anos», destacou Jorge Pires.

O PCP defende que o SNS é a «única forma de garantir a universalidade e o acesso de todos os portugueses aos cuidados de saúde» e exige o aumento do número de profissionais de saúde e as admissões para as instituições do sector, além do restabelecimento de salário igual para trabalho e condições de trabalho iguais, «tornando atractiva a prestação de serviço no SNS».

«Balbúrdia» na gestão do SNS

O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou que é preciso corrigir a «balbúrdia» que se instalou na gestão do Serviço Nacional de Saúde e resolver a crise da falta de recursos humanos no sector.

Francisco Louçã defendeu que o SNS atravessa hoje «uma grave crise devida à falta de recursos humanos» em consequência de uma «balbúrdia» na gestão do serviço.

«A criação de hospitais de gestão privada que, apesar de pagos com capitais públicos, estão durante décadas nas mãos de empresas, tem vindo a retirar profissionais do SNS, e as reformas antecipadas também», argumentou.

Francisco Louçã acrescentou que a política de admissão na Função Pública estabelecida no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), que prevê uma admissão para três saídas, vai agravar esta «grave crise».

«Isto quer dizer que há urgências que vão fechar este verão porque não há pessoas suficientes para os serviços», sublinhou, afirmando ainda que «este enfraquecimento do SNS é um risco para a democracia».
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