«O que eles querem é financiar o privado» - TVI

«O que eles querem é financiar o privado»

Sócrates acusou o PSD de pretender «destruir o Serviço Nacional de Saúde»

O secretário-geral do PS, José Sócrates, acusou este sábado o PSD de pretender «destruir o Serviço Nacional de Saúde» (SNS) com as suas propostas para o sector.

«O que eles querem é financiar o privado», disse em Coimbra o primeiro-ministro demissionário José Sócrates, na qualidade de líder do PS, ao intervir no encerramento do Fórum Saúde, Defender e Modernizar o SNS».

Frisando «não ter nada contra o privado», Sócrates demarcou-se das propostas do PSD para a saúde, que considerou «um total embuste» e «uma aventura perigosíssima». «Não posso estar de acordo em drenar recursos dos cidadãos» para o sector privado da saúde, em nome da «liberdade de escolha» preconizada pelo PSD, insistiu.

Uma opção do partido de Pedro Passos Coelho que, para o líder socialista, «quer dizer: «Vão ao privado que está tudo pago». Na sua opinião, «estas propostas vão destruir o SNS» e «têm em si o germes do radicalismo ideológico».

«Isto tem também a ver com uma completa impreparação política», disse Sócrates, sem mencionar o nome do seu adversário Passos Coelho, que ano passado, após a sua eleição como presidente do PSD, apresentou uma proposta de revisão da Constituição da República contrária ao actual modelo do SNS.

Essa proposta de revisão, «no fundo, o que propõe é que se acabe a tendência gratuita do Serviço Nacional de Saúde», acrescentou. «Isso tem que ser discutido. O que esse partido quer é orientar o SNS no sentido da privatização», afirmou o secretário-geral do PS.

Para José Sócrates, «pela primeira vez, houve um partido que pôs em causa» o «consenso sobre o SNS», fundado pelo socialista António Arnaut, antigo ministro dos Assuntos Sociais.

«Portugal é um dos países que tem um SNS mais eficiente», salientou, avisando que o PSD, ao defender a privatização para «ganhar eficiência», está a invocar um argumento «perigoso».

Nas próximas eleições, «a saúde vai estar no centro das escolhas», estando em causa optar entre a «igualdade» de acesso aos cuidados de saúde, através do actual SNS, e a «aventura», disse José Sócrates, advertindo que «os tempos não estão para isso».

«Gostaria que fôssemos todos iguais no acesso a saúde, porque está em causa a vida», explicou. O PS, na sua opinião, «transformou-se no ponto de encontro de todos aqueles que têm a ambição reformista», incluindo para conseguir «um SNS sustentável».
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