O ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis considerou este sábado que o primeiro-ministro deitou «tudo a perder» ao anunciar medidas de austeridade «extremamente injusta» e que aos socialistas só resta votar contra o Orçamento do Estado para 2013.
«Se o Governo tinha alguma preocupação em criar condições mínimas para que o PS se abstivesse no Orçamento do Estado para 2013, penso que Pedro Passos Coelho deitou agora tudo a perder», disse Francisco Assis à agência Lusa, numa reação às medidas de austeridade anunciadas sexta-feira à noite pelo líder do executivo.
De acordo com o candidato derrotado na corrida à liderança no congresso do PS de 2011, o voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013 é um cenário mais do que provável.
«A partir de agora não vejo que o PS tenha outra possibilidade que não o voto contra o Orçamento, ainda que esse seja um assunto que deva ser debatido com profundidade nos órgãos próprios do partido».
Francisco Assis classificou as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro como «extremamente negativas» dos pontos de vista económico, social e político.
«Duvido que a descida da taxa social única crie a prazo mais emprego e temo que o aumento da carga fiscal sobre o trabalho tenha um mau impacto nas receitas, tal como já está a acontecer este ano. Nas decisões tomadas pelo primeiro-ministro não há uma única iniciativa, nem sequer do ponto de vista simbólico, para penalizar quem tem mais altos rendimentos ou quem detém capital», disse o ex-líder parlamentar do PS.
O deputado do PS considerou ainda que as medidas de austeridade anunciadas por Pedro Passos Coelho têm como consequência «uma polarização da vida política e uma agudização das tensões sociais».
«As novas medidas de austeridade tomadas pelo Governo alimentarão uma radicalização da vida política e social do país. Lamento isso profundamente», acrescentou Assis.
Ao PS só resta votar contra OE2013, diz Assis
- Redação
- PB
- 8 set 2012, 18:11
Ex-líder do PS diz que o primeiro-ministro deitou «tudo a perder» ao anunciar medidas «extremamente injustas»
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