CDS exigiu explicações a Gaspar à porta fechada - TVI

CDS exigiu explicações a Gaspar à porta fechada

PSD garante que «coligação está coesa»

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O deputado social-democrata Guilherme Silva afirmou que o porta-voz do CDS-PP, João Almeida, veiculou, nesta quarta-feira, perante o ministro das Finanças «preocupações» que «todos» os deputados da maioria PSD/CDS-PP partilham face às «medidas gravosas» anunciadas, durante uma reunião de cerca de três horas dos grupos parlamentares da maioria, realizada à porta fechada, para discutir as medidas de austeridade anunciadas nos últimos dias.

«Não foi nada muito crítico. Naturalmente, veiculou preocupações que todos partilhamos. As preocupações que advêm destas medidas, que todos sabemos que são medidas gravosas, mas Portugal não tem alternativa porque foi a situação a que nos conduziram de bancarrota exige estas medidas para cumprirmos os nossos compromissos», afirmou Guilherme Silva.

Questionado à saída da reunião sobre se tinha sido muito crítico para com o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e se tinha questionado as contas do Governo, o vice-presidente da bancada do CDS-PP João Almeida não quis adiantar mais pormenores.

«Eu participei numa reunião à porta fechada, portanto, o que digo é à porta fechada. Não vou dizer mais nada», disse apenas o também porta-voz do CDS-PP.

No entanto, João Almeida recusou que Vítor Gaspar tenha classificado a sua intervenção como «um disparate».

De acordo com a edição online do jornal Expresso, João Almeida fez esta manhã uma intervenção muito dura frente ao ministro das Finanças e, citando deputados presentes na reunião, o semanário acrescenta que a resposta do ministro das Finanças foi igualmente dura, classificando a intervenção do porta-voz do CDS como «um disparate».

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, Guilherme Silva acrescentou que o ministro «compreendeu» as questões que lhe foram colocadas, «foi explicativo e pedagógico».

«Acho que foi uma reunião muito útil, como se vê, aliás, pela hora a que acabou», declarou Guilherme Silva.

Já o líder parlamentar do PSD garantiu, no final da reunião, que «a coligação parlamentar está coesa», «empenhada» e «em diálogo aberto com o Governo», enquanto do lado do CDS-PP ninguém prestou declarações.

Luís Montenegro assegurou, ainda, que tratou-se de «uma reunião muito rica, onde os deputados exerceram cabalmente o seu mandato, com sentido construtivo, mas também com sentido crítico».

Com o vice-presidente da bancada do CDS-PP Hélder Amaral ao seu lado, Luís Montenegro justificou aos jornalistas a ausência do líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães: «Ele vai intervir no debate que se vai iniciar daqui a pouco e eu não.»

Por sua vez, Hélder Amaral não fez qualquer declaração à comunicação social e, instado a confirmar as palavras de Luís Montenegro, confirmou apenas «que foi uma reunião muito produtiva».

Quando saiu da reunião, Nuno Magalhães declarou aos jornalistas que só falará sobre as novas medidas de austeridade anunciadas nos últimos dias depois do presidente do CDS-PP e ministro de Estado, Paulo Portas.

Também o vice-presidente da bancada do PSD, Carlos Abreu Amorim, considerou ter havido «uma grande unanimidade e um grande consenso neste momento difícil que o país está a atravessar» e que «a reunião correu muitíssimo bem».
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