Moção de censura: «esmagadora maioria» concorda - TVI

Moção de censura: «esmagadora maioria» concorda

João Semedo considera que comissão política do Bloco tem «toda a legitimidade» para avançar com decisão

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O deputado João Semedo defendeu esta terça-feira que a comissão política do BE tem «estatutariamente e politicamente toda a legitimidade» para decidir avançar com uma moção de censura, referindo que «a esmagadora maioria» da Mesa Nacional concorda com esta iniciativa.

«Nós assumimos que a comissão política tem, estatutariamente e politicamente, toda a legitimidade para tomar esta decisão. Tomámos já na comissão política muitas outras decisões desta dimensão, deste impacto, que não foram, como tal, discutidas ou decididas na Mesa Nacional», afirmou João Semedo, adiantando que a decisão foi unânime entre os membros da comissão política.

O deputado do BE, que falava numa conferência de imprensa no Parlamento, sublinhou que todos os membros da Mesa Nacional do partido - 80 - foram informados da decisão antes de esta ser anunciada na quinta-feira à tarde no Parlamento, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro.

O parlamentar bloquista assinalou que «um partido tem de responder e actuar em tempo real e muitas vezes esse tempo não permite que essas discussões sejam desenvolvidas em todos os órgãos directivos do BE».

Semedo, membro da comissão política do BE, referiu ainda que «a esmagadora maioria dos membros da Mesa Nacional concordam com a decisão da moção de censura».

«O que seria estranho é que os membros da Mesa Nacional não concordassem com a comissão política, porque esta é uma decisão que se segue em dar continuidade ao combate que temos tido», afirmou.

O facto de a decisão não ter sido tomada na Mesa Nacional do BE não constitui «uma fragilidade da decisão e muito menos uma violação da vida democrática e plural» do partido, considerou João Semedo.

Questionado sobre as críticas que têm sido feitas a esta iniciativa do BE, nomeadamente pelo antigo dirigente bloquista e comentador político, Daniel Oliveira, o deputado João Semedo desdramatizou.

«Eu discordo da opinião do meu amigo e do meu camarada Daniel Oliveira, como pelos vistos ele discorda da minha, acho isso absolutamente natural, acho que não foi a primeira vez que isso aconteceu e acho que não será, seguramente, a última», disse.

Nos últimos dias, dois membros da Mesa Nacional, Paulo Silva e Isabel Faria, demitiram-se deste órgão em protesto pela decisão da comissão política de apresentar uma moção de censura ao Governo.
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