«Portugueses têm dúvidas em entregar futuro do país em exclusivo ao PS» - TVI

«Portugueses têm dúvidas em entregar futuro do país em exclusivo ao PS»

Defendeu o ex-presidente do Governo dos Açores

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O ex-presidente do Governo dos Açores Carlos César considerou que apesar de terem dado a vitória ao PS nas europeias, os portugueses «têm dúvidas muito significativas» sobre se devem confiar o seu futuro exclusivamente aos socialistas.

Para Carlos César, nas eleições de domingo, os portugueses «demonstraram a sua oposição à continuidade da política e do Governo que têm no país» e escolheram, «maioritariamente, o que resta de viável como alternativa, o PS, para lutar na frente europeia e liderar a mudança interna necessária».

«Mas têm dúvidas muito significativas sobre se lhe devem confiar para o futuro o exclusivo de execução desse novo rumo», acrescenta o atual presidente honorário do PS/Açores, num texto publicado domingo à noite na sua página na rede social Facebook.

O socialista defende, por outro lado, a realização de eleições legislativas antecipadas, dizendo que «o país não deveria ficar suspenso por mais tempo» e o Presidente da República «devia deixar de ser o cúmplice do PSD para passar a ser um cúmplice de Portugal».

«É verdade que maior é a derrota do PSD, mas não é politicamente negligenciável a vitória do PS. Acho que existem razões e vantagens em resolver rapidamente o futuro do Governo de Portugal, através de eleições legislativas nacionais antecipadas. Isso é importante essencialmente porque o Governo, face a esta prova eleitoral, debilitar-se-á progressivamente, perderá capacidade de discernimento, e o país, igualmente, perderá tempo que lhe é precioso», escreveu, insistindo em seguida em que, «em qualquer caso, compete ao PS melhorar para ser capaz de interpretar mais intensamente a esperança que falta a tantos portugueses».

Referindo-se aos elevados números da abstenção nestas eleições, Carlos César considera, por outro lado, que reside nesta questão «a grande enfermidade do projeto europeu», mais do que nos partidos «de protesto ou extremistas emergentes».

«As eleições europeias não destituíram as forças políticas dominantes, mas alertaram fortemente para a necessidade de mudar o rumo na Europa e a relação entre as suas instituições e os cidadãos, as regiões e os países mais frágeis. Há cada vez menos tempo a perder», considera Carlos César.

Às 00:45, quando faltavam apurar quatro mandatos e uma freguesia, o PS tinha eleito sete eurodeputados, a Aliança Portugal (PSD/CDS) seis, a CDU três, o MPT e o Bloco de Esquerda um cada e a abstenção cifrava-se em 66,09%.
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