Seguro: «Quando o PS perde, perdemos todos» - TVI

Seguro: «Quando o PS perde, perdemos todos»

Líder socialista diz que resultado foi «bastante negativo» e que a derrota não é apenas do PS-Madeira

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O líder do PS, António José Seguro, afirmou este domingo que o resultado do seu partido na Madeira foi «bastante negativo». Seguro falou aos jornalistas já depois de João Ribeiro, porta-voz do Secretariado Nacional do PS, ter feito a reacção oficial do partido.

O porta-voz considerou que o resultado dos socialistas na Madeira ficaram «aquém das expectativas» e constituiu «uma derrota», mas desligou as causas do plano nacional, alegando que a direcção de Seguro tomou posse há 19 dias.

Questionado pelos jornalistas, Seguro, que começou por dizer que queria «expressar solidariedade para com o PS da Madeira» nega que a derrota deste domingo seja apenas do PS-Madeira. «Atendendo aos resultados que o PS teve na Madeira, considero que é minha obrigação, como líder dos socialistas, vir aqui expressar a minha solidariedade em relação aos socialistas da Madeira. Sou um socialista que interpreto que ganhamos todos quando o PS ganha e quando o PS perde perdemos todos», declarou António José Seguro.

De acordo com o líder do PS, a solidariedade face ao PS/Madeira «existiu sempre» por parte da sua direcção política. «A solidariedade existiu durante a campanha eleitoral; existe em relação à causa do Estado de Direito democrático, que está para além do resultado eleitoral; e existe na necessidade de o PS/Madeira fazer uma reflexão séria e profunda, de forma a iniciar-se um novo ciclo, tendo em vista colocar o partido como alternativa que seja capaz de polarizar todos aqueles que não se revêem no PSD/Madeira», declarou António José Seguro.

Seguro referiu que, tal como o PS, também o PSD/Madeira «teve o pior resultado de sempre» nas eleições regionais. «Neste momento, o fundamental é que o PS, no seu conjunto, saiba interpretar os sinais que ocorreram na Madeira. Nós [direcção nacional] somos solidários em todos os momentos, nos bons e nos maus - e este é um mau momento. Por isso, fiz questão de vir dizer publicamente, em particular aos socialistas madeirenses, que não estão sozinhos nesta noite», frisou António José Seguro.

Logo na primeira declaração, João Ribeiro afirmou que a descida do PS na Madeira (na ordem dos quatro pontos percentuais) constituiu um resultado que «ficou aquém das expectativas» e deixou uma mensagem de «total solidariedade» face aos socialistas madeirenses e ao seu cabeça de lista, Maximiano Martins.

Interrogado sobre o facto de o PS ter obtido o pior resultado de sempre em eleições regionais na Madeira, João Ribeiro devolveu que «também se registou o pior resultado de sempre do PSD/Madeira e o pior resultado de sempre do PSD na Madeira».

«O PS reconhece que houve uma derrota e que os resultados estão aquém das expectativas. O resultado está também aquém das expectativas da direcção nacional do PS, que tomou posse há 19 dias», respondeu.

Questionado sobre as consequências internas do resultado entre os socialistas madeirenses, João Ribeiro invocou a existência de um quadro de autonomia regional. «São questões que dizem exclusivamente respeito ao PS/Madeira», disse.

Já sobre o facto de o CDS ter ultrapassado o PS na Madeira, passando a ser a maior força da oposição, o dirigente nacional do PS considerou mais «surpreendente a descida significativa do PSD, que por muito pouco mantém a maioria absoluta». «Neste momento há uma maioria de madeirenses que não apoia o PSD/Madeira", acrescentou.

Na declaração inicial, João Ribeiro fez duras acusações ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobretudo, pelo facto de o programa de ajustamento da Madeira não ter sido conhecido antes do ato eleitoral.

«Estamos perante um resultado que é um resultado da cumplicidade entre dois governos do PSD: o da República e o Regional da Madeira. É também o resultado da ocultação e da opacidade», disse.

Para o porta-voz dos socialistas, as eleições «decorreram em circunstâncias muito complexas». «O PS reafirma tudo o que disse até hoje sobre a Madeira e sobre a forma como o Governo tem agido nesta matéria».
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