Cavaco dá sinais e PSD aposta na candidatura - TVI

Cavaco dá sinais e PSD aposta na candidatura

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Depois do «esfriar» dos últimos meses, Cavaco Silva, por um lado, e os elementos da direcção do PSD liderada por Santana Lopes, por outro, voltam a dar sinais de convergência quanto a uma candidatura presidencial do antigo primeiro-ministro e antigo líder dos sociais-democratas.

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Na semana passada, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa juntaram-se num almoço num hotel de Lisboa (próximo da Universidade Católica) em que o tema das presidenciais de 2006 foi um dos tópicos à mesa. «Sintonia» de posições foi o que saiu desse repasto, de acordo com a edição do Expresso deste fim--de-semana. Uma versão que é confirmada pelas fontes contactadas pelo Diário de Notícias.

Segundo apurou o jornal, depois do período em que foi notório algum «esfriar» na vontade de Cavaco Silva de avançar com uma candidatura a Belém - coincidente com a chegada de Santana Lopes a chefe do Governo e com os primeiros meses de actuação do novo Executivo -, as coisas parecem agora encaminhar-se novamente no sentido de uma candidatura presidencial do homem que durante mais anos, dez, liderou os destinos do PSD. «As pontes voltaram a ser feitas», confessa-nos um dirigente laranja.

Cavaco «está a trabalhar nesse sentido», afirmou ao DN fonte próxima do ex-primeiro-ministro. Isto é, está a fazer uma «avaliação do estado do País e das grandes questões», contactando regularmente com diversas personalidades para saber da sua opinião sobre este ou aquele tema. Sem revelar, no entanto, as suas intenções.

As aparições públicas de Cavaco Silva deixaram de ser tão espaçadas. Ainda recentemente comentou o estado de Yasser Arafat e da economia portuguesa. Para a semana, vai conceder uma entrevista à RTP a propósito da queda do Muro de Berlim.

E neste processo contínuo, diz- -nos outra fonte da direcção do partido, está incluído o lançamento do livro de Fernando Lima (assessor de Cavaco quando este foi primeiro-ministro) a propósito dos anos de governação cavaquista, previsto para o próximo mês de Dezembro. De qualquer forma, realça uma fonte próxima de Cavaco Silva, este não quer aparecer como um candidato demasiado colado ao PSD (ainda por cima numa altura em que a governação não corre nada bem) e pretende aparecer como uma figura «suprapartidária», capaz de em Belém «exercer uma magistratura de influência», sem «ficar prisioneiro de Santana Lopes ou Paulo Portas», os rostos da actual maioria.

Quanto aos timings de lançamento da candidatura, as pontes também vão sendo feitas. Na moção que leva ao Congresso do PSD do próximo fim-de-semana, Santana Lopes aponta o início do Verão como data-limite para os sociais-democratas indicarem o candidato. Isto porque os meses seguintes serão de pré-campanha e campanhas para as eleições autárquicas, que desta vez são em Outubro e não em Dezembro.

Se do lado da direcção a ideia é ter as presidenciais definidas entre a Primavera e o início do Verão do próximo ano, também nos nomes considerados mais próximos de Cavaco Silva esta convicção parece crescer. Paulo Teixeira Pinto, antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros de Cavaco Silva, já reconheceu ter sido um erro de Cavaco apresentar a candidatura às presidenciais de 1996 (que perdeu para Jorge Sampaio) apenas quatro meses antes da disputa.

Além disso, do ponto de vista da direcção do partido, uma vitória nas eleições presidenciais a nove meses das Legislativas poderia dar aos sociais-democratas o elã necessário para obter um bom score em Setembro, frente ao PS de Sócrates.

Embora o partido liderado por Santana Lopes reconheça que a candidatura de Cavaco «tem potencial ganhador» e por isso se mostre agora tão empenhado em puxar por ela, no núcleo dirigente social-democrata está também a ser avaliado o que seria a coabitação entre Pedro Santana Lopes e Cavaco Silva, um como Presidente da República e o outro como primeiro-ministro.
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