Autoeuropa quer promover combinação de fornecedores portugueses e espanhóis - TVI

Autoeuropa quer promover combinação de fornecedores portugueses e espanhóis

O director-geral da fábrica de automóveis Autoeuropa afirmou hoje, em Palmela, que a empresa pretende reforçar a ligação com os fornecedores portugueses e espanhóis.

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Este reforço será feito no âmbito de uma estratégia para melhorar a competitividade e diminuir custos de produção, avança a «Lusa».

«Esperamos criar uma combinação de fornecedores espanhóis e portugueses», disse Jörn Reimers, salientando que a estratégia da empresa vai no sentido de pedir cada vez mais módulos completos para diversos veículos, que poderão estar na linha de produção ao mesmo tempo, melhorar a qualidade e a competitividade, e reduzir custos de logística e transportes.

«Queremos mais apoio dos fornecedores à Autoeuropa», acrescentou Reimers, que falava perante representantes de dezenas de empresas e instituições locais, na Conferência «Europeia Indústria Automóvel - Competitividade e Futuro», em Palmela.

A iniciativa, promovida pelo Fórum da Indústria Automóvel de Palmela (FIAPAL), deu a conhecer o trabalho realizado durante dois anos por um consórcio transnacional, em que estão representadas as regiões de Basilicata (Itália), Navarra (Espanha) e Palmela/Península de Setúbal, sobre os clusters do sector automóvel.

A criação de um centro internacional de desenvolvimento para as indústrias da mobilidade e de um programa internacional de desenvolvimento de fornecedores, nomeadamente no eixo Palmela-Pamplona (Espanha), foram algumas das propostas apresentadas no encontro que decorreu na Biblioteca Municipal de Palmela.

A conferência de Palmela foi também uma oportunidade para dar a conhecer a perspectiva de alguns fornecedores da fábrica da Autoeuropa.

Conseguir preços competitivos

Para Júlio Almeida, da multinacional Dura Automotive, empresa fornecedora da Autoeuropa, a capacidade competitiva das empresas que trabalham com a Volkswagen depende também da capacidade que demonstrarem para reduzirem os custos de produção e para aproveitar algumas das vantagens competitivas do país.

Júlio Almeida referiu como exemplo que a Dura Automotive, no Carregado, já conseguiu ganhar alguns produtos a fábricas do mesmo grupo nos países de leste por ter apresentado preços mais competitivos.

O responsável da Dura Automotive salientou ainda que a empresa conseguiu preços vantajosos nos portos portugueses, o que constitui também um factor de competitividade para as empresas sedeadas em território nacional.

Por sua vez, Knut Griesemer, da Webasto Portugal, uma empresa instalada no Parque Industrial da Autoeuropa e que produz o tejadilho do Volkswagen EOS, defendeu que Portugal ¿não pode concorrer com os países de Leste na produção em massa, mas é uma oportunidade para produtos de grande valor acrescentado¿.

Novos modelos só conhecidos em 2008

Knut Griesemer acrescentou que Portugal dispõe de algumas vantagens competitivas neste domínio, uma vez que apresenta «um bom ambiente competitivo, baixo custo de produção em diversos nichos de mercado e custos salariais que não têm aumentado muito nos últimos anos».

A Autoeuropa, empresa que abriu caminho à criação do cluster automóvel de Palmela e da Península de Setúbal, deverá atingir este ano uma produção de 93.500 veículos (81.835 em 2006), o que representa um aumento de 14 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

Em declarações aos jornalistas, Jörn Reimers, revelou ainda que a decisão sobre novos modelos a produzir na fábrica de Palmela, além do Volkswagen EOS e Scirocco, só deverá ser tomada no segundo semestre de 2008.

A conquista do novo modelo que vai suceder ao monovolume Volkswagen Sharan, em fase final de produção, é um dos objectivos traçados desde há alguns anos pela administração e pelos trabalhadores da Autoeuropa.
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