Qimonda Dresden: quase todos aceitam ir para nova sociedade - TVI

Qimonda Dresden: quase todos aceitam ir para nova sociedade

Trabalho

Estão criadas condições para passar à prática proposta do gestor judicial

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Mais de 90 por cento dos 2.780 empregados da Qimonda Dresden já aceitaram a proposta de transferência para uma nova sociedade, a partir de 01 de Abril, disse à Lusa o presidente da Comissão de Trabalhadores, Martin Welzel.

Parecem assim criadas as condições para passar à prática a proposta do gestor judicial, Michael Jaffé, que no início da semana sublinhou que a nova sociedade só poderia arrancar com um mínimo de 90 por cento do quadro de pessoal de Dresden, onde se situa a fábrica-mãe da Qimonda.

Um porta-voz de Jaffé reiterou hoje que a criação da sociedade é «condição essencial» para a Qimonda poder continuar a procurar um novo investidor privado, e que se o projecto fracassasse, o gestor judicial teria de cessar todas as tentativas de venda da empresa, porque as despesas com os despedimentos do pessoal absorveriam todos os recursos disponíveis.

Os trabalhadores da Qimonda que forem transferidos para a nova sociedade receberão entre 70 e 77 por cento dos actuais salários líquidos, sendo a a Agência Federal de Trabalho asuportar a maior parte dos custos, 60 a 67 por cento do total, o equivalente ao subsídio de desemprego.

Para financiar a sociedade, Jaffé contraiu entretanto um empréstimo de 14 milhões de Euros, dando como o património da empresa.

O principal accionista da Qimonda, a Infineon, que tem 77,5 por cento do capital, comprometeu-se também a financiar o projecto da nova sociedade com mais seis a oito milhões de Euros, segundo o jornal Dresdner Neueste Nachrichten.

A verba acumulada permitirá manter a sociedade de transferência durante quatro meses e meio, até que se defina uma das duas alternativas, a continuação ou o encerramento da Qimonda.

Para que a fábrica de Dresden, que cessará a produção a 01 de Abril, possa retomar de imediato o funcionamento, continuarão nas instalações cerca de 500 trabalhadores, 300 dos quais para a manutenção da nova tecnologia de fabrico de ¿chips¿ de memória, a Buried Worldline, e os restantes para reduzir gradualmente a produção e colocá-la tecnicamente em «stand-by».

No princípio de Abril, o Tribunal Administrativo de Munique, após a apresentação de um relatório de Jaffé sobre a situação financeira da empresa, deverá abrir um processo regular de falência e nomear um gestor oficial, que provavelmente voltará a ser Jaffé.
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