BCP e Sonangol esgotaram prazo sem definir termos da parceria

O BCP e a Sonangol esgotaram o prazo que estabeleceram sem terem definido os termos da parceria em Angola, que prevê a aquisição de 49,99 por cento do Millennium Angola (BMA) pela Sonangol e pelo angolano Banco Privado Atlântico (BPA).

«Não há nenhum desentendimento (¿) o processo está a decorrer», disse à «Lusa» fonte oficial do BCP, sem esclarecer, contudo, porque não foi possível concluir o processo dentro do prazo estipulado e na altura comunicado ao mercado.

O BCP, ainda sob a liderança da anterior administração, presidida por Filipe Pinhal, assinou, em 21 de Dezembro, um acordo de princípios com a Sonangol em que ambos assumiram «o compromisso de formalizar os termos da parceria estratégica num prazo de 90 dias» a contar dessa data, ou seja até final da Março, o que não aconteceu.

Sem arriscar um novo prazo ou adiantar se há acertos a fazer no acordo de princípios, o BCP diz que «o processo está a decorrer» e espera «formalizar o acordo em breve».

A nova administração do banco, recorde-se, está em funções apenas desde meados de Janeiro, sendo agora presidida por Carlos Santos Ferreira, que ficou com o pelouro do Millennium Angola.

O acordo de princípios comunicado ao mercado em final de Dezembro, previa a aquisição de 49,99 do Millennium Angola (BMA) pela Sonangol e pelo BPA, onde por seu turno o Millennium Angola adquiria uma posição accionista de 10 por cento.

Nos termos desse acordo, o Millennium Angola terá uma comissão executiva com 4 ou 5 membros, sendo apenas um indicados pela Sonangol e os restantes, incluindo o presidente, a indicar pelo Millennium bcp.

O conselho de administração do Millennium Angola será, ainda de acordo com os termos desse acordo inicial, composto por cinco administradores não executivos, sendo três, incluindo o presidente, indicados pelo Millennium bcp, um vogal indicado pela Sonangol e outro pelo BPA.

As acções do BCP fecharam a ganhar 1,62% para os 2,19 euros.