Empresas têm de encontrar parceiro financeiro e não operador - TVI

Empresas têm de encontrar parceiro financeiro e não operador

  • Sónia Peres Pinto
  • 21 abr 2009, 06:43

Capital de risco é essencial para empresas que procuram financiamento, mas associação reconhece que as iniciativas nesta área «não estão adequadas»

Para quem está a pensar em arrancar com um negócio e precisa de financiamento, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) dá alguns conselhos. Encontrar um parceiro financeiro - que se envolva e partilhe o risco do projecto - e não um operador financeiro que cobra juros é considerada uma das melhores soluções.

«O ideal é encontrar um parceiro financeiro, que coloca dinheiro na empresa e a sua remuneração será aquela que o próprio empresário tiver, ou não. Ou seja, partilha o risco. Esta é a forma mais estimulante para concretizar projectos inovadores e em início de actividade», refere o presidente da entidade, Armindo Monteiro, em entrevista à Agência Financeira.

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Neste campo, o capital de risco pode dar uma ajuda. No entanto, segundo o responsável, é uma área que ainda está muito pouco desenvolvida e muitas vezes confunde-se com o capital comercial.

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«A banca comercial sempre preferiu o crédito hipotecário, o crédito muito securizado e garantido, em detrimento de ser um parceiro de um projecto de um start-up». Por exemplo, quando concede um crédito à habitação está a garantir a própria habitação. Isso numa empresa não acontece, principalmente em início de actividade: não há bens que sirvam de garantia».

Capital de risco sem dinheiro

Apesar das tentativas do Governo em estimular o capital de risco, Armindo Monteiro garante que as iniciativas «não estão adequadas».

«Há projectos que não entram no capital de risco porque são demasiado pequenos para terem uma intervenção, outros são considerados demasiado grandes e não entram nos limites de 740 mil euros a 1 milhão de euros», acrescentando ainda que «há uma boa vontade mas não está a haver dinheiro para capital de risco».

Para o presidente da ANJE «é completamente diferente pormos dinheiro numa empresa ou concedermos crédito. É óbvio que as empresas estão tão mal e com a tesouraria tão debilitada que aceitam o que vem. Mas alguém mais tarde vai pagar a factura».

Fasear investimento

Uma outra regra de ouro para quem está no início de actividade passa por fasear os investimentos. «Os projectos devem ser dimensionados à medida que possam ser realizados; ou seja, não devem ser dimensionados para uma fase única, mas antes apostar em várias fases para que o projecto liberte fundos e possa reinvestir essa verba na própria empresa».
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