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Crise complica financiamento dos bancos

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A nível do financiamento nos mercados por grosso e na captação de fundos próprios

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Os efeitos da crise do «subprime» continuam a fazer-se sentir junto das instituições bancárias, que tiveram a vida mais difícil no segundo trimestre deste ano, nomeadamente ao nível do financiamento nos mercados por grosso e na captação de fundos próprios.

De acordo com dados do Banco de Portugal sobre o mercado de crédito, as «perturbações nos mercados financeiros tiveram algum impacto no custo de captação de fundos próprios e na disponibilidade para concessão de empréstimos no segundo trimestre de 2008, devendo estes efeitos persistir no decurso dos próximos três meses».

A análise refere inclusivamente que dois dos bancos inquiridos afirmam ter sentido algumas dificuldades no acesso ao mercado monetário interbancário sem garantia para operações de prazo superior a uma semana.

Além disso, quatro das instituições nacionais desta amostra reportaram dificuldades na emissão de títulos de dívida a médio e longo prazo (classe que inclui obrigações hipotecárias), tendo uma dessas instituições reportado também dificuldades na emissão de títulos de dívida a curto prazo.

«Mais marcadas foram as dificuldades sentidas na realização de operações de titularização, tanto de empréstimos a empresas como de empréstimos para aquisição de habitação, tendo ainda sido salientadas dificuldades na transferência de risco de crédito para fora do balanço», diz o Banco de Portugal.

Estas dificuldades traduziram-se num ajustamento nos spreads aplicados pelos bancos e, em menor grau, nos montantes de crédito oferecidos.

Não se esperam melhorias para já

Para os meses de Julho a Setembro, não são esperadas melhorias nas condições de acesso aos mercados de financiamento por grosso, sendo que uma instituição espera mesmo vir a ter maiores dificuldades na emissão de títulos de dívida a médio e longo prazo.

De igual modo, estas dificuldades «deverão continuar a repercutir-se numa redução dos montantes de crédito oferecidos e na fixação de spreads mais elevados», avança o Banco de Portugal.
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