A queda das taxas Euribor nos últimos meses deverá permitir uma descida das prestações do crédito à habitação para alguns contratos, sobretudo para aqueles cuja última revisão ocorreu até Outubro do ano passado, numa altura em que a turbulência internacional fez subir as taxas comerciais.
No entanto, mesmo para aqueles que vão ser brindados com uma descida das prestações, a diferença vai ser pouca.
A Agência Financeira contactou um especialista para perceber se esta tendência de descida das Euribor vai manter-se e se isto terá algum impacto no bolso dos portugueses. As respostas foram animadoras, mas pouco no imediato.
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«Para as pessoas que têm contratos de crédito à habitação indexados à Euribor a três meses, vai haver de facto uma descida da prestação, mas não será nada de significativo», admitiu a economista do BPI, Teresa Gil Pinheiro.
Menos 25 euros por mês
Os contratos indexados a esta taxa que serão revistos este mês foram-no também em Novembro. Tendo em conta a evolução da Euribor a três meses desde essa altura, alguém com um empréstimo de 150 mil euros a 20 anos, verá a sua prestação baixar pouco mais de 25 euros a partir de agora. Em Novembro, as actualizações tiveram em conta a média da Euribror a três meses durante o mês de Outubro (4,752%) e este mês será tida em conta a média de Janeiro (4,55%).
Também para quem tem contratos indexados à Euribor a seis meses, haverá impacto, mas não agora, porque há seis meses atrás a taxa até estava mais baixa.
Melhores tempos virão
Os impactos positivos desta descida virão daqui a alguns meses, já que, como acredita Teresa Gil Pinheiro, a tendência de baixa das taxas de juro comerciais deve continuar.
«O que aconteceu nestes últimos meses foi uma normalização das taxas de mercado. O que estava a acontecer até Dezembro, quando o spread (diferencial) entre a taxa directora do BCE e as taxas comerciais era maior, é que era anormal. Era uma diferença excessiva, as Euribor estavam muito acima. Esta correcção recente, em que as taxas comerciais se aproximaram das taxas directoras, e que essa diferença se estreitou, foi um regresso à normalidade», explica a economista do BPI.
Quer isto dizer que não é de esperar que as taxas Euribor se voltem a afastar mais da taxa do BCE, ou seja, que voltem a subir significativamente enquanto as taxas do BCE se mantiverem onde estão. Antes pelo contrário. «Mesmo que o BCE não mexa nos juros, acredito que as taxas comerciais (Euribor) ainda podem corrigir em baixa mais uns 10 pontos», adianta.
As expectativas do BPI apontam para que a Euribor a três meses se situe nos 4,2% no primeiro trimestre de 2007, mas a mais longo prazo, ou seja, até ao final do ano, aposta numa descida para os 4%.
BCE ainda vai ajudar
Tudo porque os analistas acreditam que vêm aí mais boas notícias nos próximos meses, e que o BCE vai mesmo acabar por descer as taxas directoras, fazendo com que as Euibor baixem ainda mais.
É verdade que o BCE tem dado sinais de que não pretende baixar o preço do dinheiro, devido à taxa de inflação europeia, que está muito acima do valor considerado ideal, mas também é verdade que os grandes organismos internacionais apontam para uma revisão em baixa do crescimento da economia do Velho Continente. E um abrandamento económico pode pressionar o banco central a baixar as taxas. É nisto que apostam os especialistas, que esperam um corte das taxas do BCE, dos actuais 4% para 3,5% ao longo deste ano.
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Prestações da casa descem agora e vêm aí tempos melhores
- Paula Martins
- 1 fev 2008, 15:12
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