Clientes do BPP apresentam queixa-crime contra Constâncio - TVI

Clientes do BPP apresentam queixa-crime contra Constâncio

Vítor Constâncio

Prorrogação de prazos irrita 20 pessoas

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Um grupo de 20 clientes do BPP enviaram para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) uma queixa-crime contra a administração do Banco de Portugal, revelou esta sexta-feira à agência Lusa Leitão Romeiro, cliente do banco.

«Confirmo que enviámos a queixa-crime para o DIAP», disse Leitão Romeiro, advogado e cliente do BPP.

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Os clientes queixaram-se ao DIAP da prorrogação dos prazos decretada pelo Banco de Portugal, que possibilitou a suspensão do cumprimento das obrigações do BPP, primeiro durante três meses.

A prorrogação dos prazos foi depois alargada por mais 45 dias e recentemente foi estendida até 1 de Junho.

«A lei é muito clara, já que não permite mais do que uma prorrogação», segundo Leitão Romeiro.

«Estamos desconfiados que há indícios que justificam a queixa», reforçou, acrescentando que na mira estão «as deliberações do conselho de administração do Banco de Portugal» sobre o caso BPP.

Actuação foi «ilegal e discriminatória»

Leitão Romeiro, citando a acta das deliberações do supervisor, afirmou que «a primeira intervenção do Banco de Portugal e a suspensão do cumprimento das obrigações foram aprovadas no mesmo dia, à mesma hora, pelas 22:30».

«Um grupo de 20 clientes, e há mais interessados, achou que a actuação do Banco de Portugal foi ilegal e discriminatória», acrescentou o cliente do BPP.

«Sou advogado, mas estou já em processo de pré-reforma, por isso, o objectivo não é ganhar clientes com esta medida, mas sim ajudar a resolver a situação de agonia que muitos clientes do BPP vivem», esclareceu.

«Há velhos, viúvas e reformados que chegam ao fim da vida com poupanças de 50 mil euros. As pessoas estão fartas e prestes a explodir. Há ainda muitas micro e pequenas empresas em risco. São precisas explicações em sede própria e por isso avançámos com a queixa-crime», acrescentou.

Banco de Portugal não comenta

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Banco de Portugal disse apenas que «não há nenhum comentário a fazer» sobre a queixa-crime apresentada pelos clientes do BPP.

Fonte oficial do Ministério Público reagiu à Lusa afirmando que «a Procuradoria-Geral da República, de momento, não pode confirmar nem infirmar a notícia».
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