O ministro das Finanças reconheceu esta terça-feira, em Bruxelas, que o caso do BPP é um problema de menor dimensão que o do BPN, mas que «não vale a pena correr o risco de perturbação» do sistema financeiro português.
«Havendo um risco, por mais pequeno que seja, penso que é preferível fazer de mais do que de menos. Não vale a pena correr o risco de perturbação no nosso sistema financeiro e daí a necessidade dessa intervenção», disse Fernando Teixeira dos Santos no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE), avança a «Lusa».
Para o ministro, a prudência aconselha a que o governo faça esforços para impedir que eventos que afectem bancos como o BPP (Banco Privado Português) possam ter «efeitos de contágio e perturbar não só o funcionamento do sistema, mas também a imagem, a credibilidade externa do sistema financeiro».
Seis bancos salvam Banco Privado
As decisões que visam o salvamento do BPP foram tomadas conjuntamente pelo Ministério das Finanças e da Administração Pública, o Banco de Portugal e um consórcio de seis Instituições de Crédito que formaram um consórcio para emprestar ao Banco Privado Português um montante de 450 milhões de euros, com maturidade de 6 meses renováveis, e que tem a garantia do Estado.
Esse montante está distribuído pela Caixa Geral de Depósitos e Banco Comercial Português, com 120 milhões de euros cada um o Banco Espírito Santo com 80 milhões de euros, o Banco Santander Totta com 60 milhões de euros, o Banco BPI com 50 e Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo com 20 milhões de euros.
Teixeira dos Santos sublinhou que o Estado disponibilizou-se a dar um aval à operação de injecção de liquidez no BPP «tendo em vista proteger exclusivamente o balanço bancário do banco e não as suas responsabilidades extra patrimoniais associadas a outros tipos de actividades ou serviços bancários, nomeadamente de gestão de carteiras ou fortunas a que o banco esteja associado».
Continua a haver estabilidade
«O sistema, no seu conjunto, creio que continua a ter estabilidade e solidez para enfrentar esta situação que não é fácil, como sabemos», concluiu o ministro das Finanças.
Fernando Adão da Fonseca é novo presidente do BPP e liderará a equipa formada ainda por João Eduardo de Noronha Gamito de Faria, Carlos Eduardo Garcia Lemos Santos e Sérgia Maria Gonçalves Narciso Fernandes Farrajota, de acordo com a deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal, adoptada esta segunda-feira.
Recorde-se que o Governo anunciou, no passado dia 2 de Novembro, a nacionalização do BPN (Banco Português de Negócios) para assegurar os depósitos nesse banco que acumulou perdas no valor de 700 milhões de euros.
Ministro das Finanças diz que BBP é problema menor que BPN
- Redação
- SPP
- 2 dez 2008, 16:07
Sistema financeiro continua a ter estabilidade e solidez para enfrentar situação que não é fácil
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