Crise financeira é «estrutural» e está longe do fim

A crise que continua a alastrar pelo sistema financeiro mundial é «estrutural» e não tem fim à vista, devendo-se, em grande parte, a um grande falhanço dos sistemas de supervisão, afirmou esta quinta-feira o comissário europeu da Economia, Joaquim Almunia.

Joaquim Almunia disse que «está em crise toda a concepção das actividades financeiras, da gestão dos activos e dos mecanismos de supervisão», avança a «Lusa» e acresceta que «é uma crise financeira. E os maus deste filme são os que inventaram certos produtos financeiros que demonstraram ser tóxicos», sublinhou.

Almunia aludiu ainda a «um problema de avareza» e ao facto dos bancos e entidades financeiras terem investido em produtos antes de perceber «se seriam bons ou maus» a médio e longo-prazo.

A situação agravou-se, insistiu Almunia, devido à má supervisão e a uma pior gestão do risco por parte da banca.

Numa crise «que ninguém sabe quando vai acabar», disse o comissário europeu, ainda é possível que haja mais vítimas, incluindo na União Europeia. «Não se pode pôr a mão no fogo nem dizer que o Northern Rock seja o último», disse, referindo-se ao banco britânico nacionalizado para evitar a sua falência.