CMVM: «Não se podem pôr todos os reguladores no mesmo saco» - TVI

CMVM: «Não se podem pôr todos os reguladores no mesmo saco»

  • Sónia Peres Pinto
  • 10 out 2008, 12:29
Carlos Tavares

(Notícia actualizada com mais pormenores)

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O presidente da Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) disse esta sexta-feira que «não se podem pôr os reguladores todos no mesmo saco».

Na conferência «Concorrência e Regulação, que decorre nas Jornadas 2008 «Portugal Seguro», Carlos Tavares disse ainda que não é desejável pensar numa solução global à escala europeia.

«Os problemas são diferentes de país para país e, como tal, cada problema tem de ser atacado por cada país», saliente o presidente do órgão regulador. Aliás, o ex-ministro da Economia do Governo de Durão Barroso chamou a atenção de que o modelo de regulação dos EUA era considerado altamente avançado «falhou» e o mesmo aconteceu com o modelo inglês.

Falhas

«Temos de saber onde houve falhas», alerta, acrescentado ainda «que a auto-regulação não funcionou em determinados mercados nem as agências de rating».

Carlos Tavares refere ainda que as agências de rating «aproveitaram a reputação que tinham em determinados produtos e aplicaram-na em outros que não tinham familiaridade, nem meios para avaliar o risco», salienta.

O presidente da CMVM dá o exemplo do Lehman Brothers que, na altura da falência, tinha uma classificação A. «Houve facilidade e falta de rigor nos riscos», refere.

CMVM é o mais independente

Para Carlos Tavares deve-se evitar «tomar decisões precipitadas nem tomar decisões só por tomar».

A solução está, segundo o responsável, em aprender com os erros do passado e tirar lições de tudo o que se passou. «Antes de se apontar o dedo aos órgãos reguladores tem de ser ver que a auto-regulação não funcionou nem as agências de rating».

O responsável exige mais e melhor regulação, assim como, maior independência dos órgãos reguladores, adiantando, no entanto, que «a CMVM é talvez um dos órgãos reguladores mais independentes».

Deve-se ainda, no entender do mesmo, evitar pôr tudo em causa. «Há que aproveitar o bom que foi feito no sistema financeiro nos últimos anos e eliminar o que foi feito mal e essa análise tem de ser feita com tempo, com ponderação e tranquilidade», conclui.
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