Gestores do BCP acusados pela CMVM

O regulador do mercado bolsista decidiu acusar individualmente os gestores do BCP por prestação de falsa informação ao mercado. O caso remonta ao período entre 2000 e 2001 em que a instituição terá utilizado 17 sociedades «off-shore» para a subscrição de acções próprias nos aumentos de capital, avança o «Correio da Manhã».

A exemplo do que sucedeu no processo que corre no Banco de Portugal, além da acusação colectiva ao BCP, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu acusar individualmente antigos e actuais responsáveis do banco.

Ao que o mesmo jornal apurou junto de fonte próxima do processo, as notificações abrangem «desde administradores a directores» da instituição.

De acordo com o «CM», a CMVM recusa divulgar o número de notificações e o nome dos acusados mas, face às semelhanças entre o processo que corre no regulador da Bolsa e o desencadeado pelo Banco de Portugal, o nome dos envolvidos deverá cruzar-se. O Banco de Portugal acusou os antigos presidentes do banco, José Jardim Gonçalves, Paulo Teixeira Pinto e Filipe Pinhal, o ex-vice-presidente Christopher de Beck e os administradores Castro Henriques, Alípio Dias e Melo Rodrigues.

Luís Gomes e Filipe Abecassis, dois altos quadros do BCP, também acusados pelo supervisor da Banca, mantêm-se em funções. A lista de acusações do Banco de Portugal contém, assim, dez nomes: três ex-presidentes, quatro ex-administradores, dois altos funcionários e o próprio banco.