O economista António Borges disse esta segunda-feira que os estímulos que têm sido feitos à economia portuguesa não estão a ter resposta. Por isso mesmo, «seguir esta estratégia levará o País a uma progressiva ruína», disse no âmbito do Fórum Para a Competitividade, que esteve a analisar as medidas para o Orçamento de Estado de 2009.
No entender do responsável, os estímulos que têm sido feitos à economia portuguesa têm tido apenas benefícios para a economia dos parceiros económicos do País.
«Portugal foi o país que mais perdeu com a exposição à globalização. Há uma clara deterioração dos termos de troca», disse no encontro que decorreu no Centro Cultural de Belém.
António Borges lembrou que o sistema nacional tem um problema «muito grave» de despesa e alertou para o facto da taxa de poupança ter vindo a descer de ano para ano.
«Não se pode acumular défices externos na ordem dos 10% de ano para ano», acrescentou, sublinhando que o mesmo se tem vindo a agravar.
OE reflecte cada vez menos a realidade
Em relação ao documento apresentado pelo Governo, António Borges diz que o Orçamento «reflecte cada vez menos a realidade» e já não é levado de forma muito séria.
Neste âmbito, colocou em causa o programa de obras públicas, nomeadamente o novo aeroporto e a rede de alta velocidade.
Já sobre a crise financeira, o mesmo caracterizou a actual conjuntura como «extremamente aguda».
«A crise de 1929/1933 foi resultado de uma série de políticas erradas. E nós, em Portugal, vamos seguir o mesmo caminho», rematou.
António Borges diz que estímulos ineficazes «estão a levar País à ruína»
- Rui Pedro Vieira
- 27 out 2008, 16:18
Portugal é o país que mais tem perdido com exposição à globalização
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