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Quer reduzir custos? Saiba tudo aqui

  • Sónia Peres Pinto
  • 21 abr 2009, 06:40

Associação elogia processo de criação de empresa na hora, mas aponta o dedo ao processo de licenciamento que continua a ser muito demorado

Reduzir custos fixos torna-se quase imperativo para os empresários que estão em início de actividade. A solução poderá passar por partilhar um espaço e pagar uma renda, muitas vezes, com valor simbólico, revela o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) em entrevista à Agência Financeira.

«O que se nota no início de uma actividade é uma grande preocupação com os custos fixos, porque exige muitas vezes um investimento elevado. Pagar todos os meses o arrendamento de um escritório, equipamento, serviços de secretariado, sem facturar é complicado. A maioria das empresas demora seis meses, 1 ano ou talvez mais a ter as primeiras vendas de bens e serviços».

Para responder a este desafio, a associação tem vindo a desenvolver um programa de centros de incubação, de Norte a Sul do país. Neste espaço, os empresários contam com um espaço individual - que pode ir de 30 a 60 metros quadrados, já apetrechado com equipamento informático e mobiliário - e um espaço comum, como serviços de secretariado e salas de conferência.

Veja as declarações em vídeo aqui

Esta solução, no entender do presidente da ANJE, «permite aos empresários que estão em início de actividade a preocuparem-se imediatamente com o seu core business, sem pensarem nos custos fixos. Depois, passados dois anos já ganharam asas e podem ir para o mercado, encontrar instalações próprias».

«Há locais com fila de espera»

O preço da renda nestes centros de incubação poderá variar entre os 250 e os 300 euros. «A partilha de custos é naturalmente muito mais rentável do que se o investimento for isolado».

Segundo Armindo Monteiro, o processo de análise das candidaturas é muito rápido e não ultrapassa os 15 dias. «Nessa altura dizemos ao candidato se tem ou não condições para ocupar o espaço. Na ANJE não conhecemos a burocracia, mas há locais em que a fila de espera é significativa».

Empresa na hora acabou com calvário de constituir actividade

Quando questionado se ainda continua a existir muita burocracia por parte do Estado, o responsável reconhece que «melhorou muito nos últimos anos».

«A empresa na hora é uma boa iniciativa, havia muito boas ideias que se perdiam naquele calvário que era constituir uma empresa em Portugal. Hoje não há essa justificação, em uma hora cria-se uma empresa».

Apesar de reconhecer melhorias na criação, Armindo Monteiro aponta o dedo ao processo de licenciamento. «Para licenciar uma actividade com alguma complexidade e não uma mera empresa de serviços o calvário ainda é grande. É necessário falar com vários agentes tanto da administração local como central. Ou seja, o ter uma licença para facturar ainda é uma dor de cabeça para quem apenas quer criar uma actividade económica, postos de trabalho e riqueza para o país».

«É ainda muito difícil deixar uma empresa morrer»

Ao mesmo tempo, defende uma maior agilização no processo para as empresas que estão a morrer. «Não é preciso só ajudar a nascer, também é preciso ajudar a morrer. Uma empresa não é uma garantia de eternidade. Uma empresa nasce e morre. Há neste momento uma facilidade no nascimento mas quando a única condição sensata é encerrar uma empresa ainda é muito difícil de fazer. Quando digo facilitador não digo facilitismo, mas sim mais agilizador. Hoje deixa-se deixa tudo mal resolvido».
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