2007 será ano de recuperação económica - TVI

2007 será ano de recuperação económica

Mealheiro

Portugal deve manter em 2007 a tendência de recuperação económica, com o investimento a regressar ao crescimento e as exportações a permanecerem fortes.

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Esta é, pelo menos, a opinião dos economistas ouvidos pela agência «Lusa».

A economia portuguesa deve crescer entre 1,5 e 1,7 por cento, de acordo com as previsões do BES, assente na recuperação da procura interna (consumo e investimento) e com as exportações a manterem um ritmo elevado de expansão, ainda que mais baixo do que em 2006.

A evolução será para uma tendência «lenta ascendente» do crescimento económico, segundo Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, à volta de 1,6 por cento, um valor que «não é impressionante».

Vendas ao estrangeiro mantêm-se elevadas

A confirmarem-se estas previsões, Portugal deve voltar a afastar- se dos seus parceiros comunitários, num ano em que a União Europeia deve crescer acima do potencial (2,5 por cento), acomodando bem a subida do IVA na Alemanha, acredita o economista Rui Constantino do Santander Negócios.

A subida da riqueza do exterior vai ajudar Portugal a manter as vendas ao estrangeiro elevadas, embora não se perspectivem ganhos de quota de mercado.

A composição do Produto Interno Bruto (PIB) será «mais robusta e saudável», segundo a analista do BPI, com um «maior equilíbrio entre a procura interna e externa [exportações]» para o crescimento, corroborou Gonçalo Pascoal, economista-chefe do BCP.

«A recuperação é real mas bastante vulnerável à conjuntura externa», alerta Carlos Andrade, do BES, sublinhando que 2007 será um ano «carregado de incerteza» nos mercados internacionais.

É preciso saber se os norte-americanos escapam à recessão, como evolui o preço do petróleo e os conflitos no Médio Oriente e para onde vão as taxas de inflação na Europa e nos EUA (pode condicionar a evolução das taxas de juro).

Esta incerteza pode alastrar-se a Portugal, defende o economista do BES, referindo que além disso vão continuar a existir «factores estruturais» limitadores da expansão da economia portuguesa.

Petróleo com pouco espaço para subidas

Aguarda-se a realização da reforma da administração pública e espera-se efeitos maiores na consolidação orçamental pelo lado da despesa, numa altura em que o desequilíbrio das contas externas se deve manter elevado.

Num tom mais optimista, Cristina Casalinho diz que nem mesmo a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), os 0,5 pontos percentuais que o mercado está já a descontar, ou a valorização limitada do euro contra o dólar devem impedir o cenário esperado de melhoria económica em Portugal.

O Santander Negócios acha que o petróleo já não tem espaço para maiores aumentos em 2007, porque a procura está mais controlada e a instabilidade geopolítica reduziu-se, ajudando a sustentar um crescimento económico na economia internacional.

Da parte do Governo, o discurso das expectativas tem sido de um optimismo moderado, fazendo passar a ideia de que a economia vai voltar a melhorar mas manter-se-á a crescer a um ritmo abaixo do desejável.
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