Katrina compromete crescimento económico dos EUA e ameaça Europa - TVI

Katrina compromete crescimento económico dos EUA e ameaça Europa

Furacão Katrina (Arquivo)

O furacão Katrina deixou um rasto de devastação em termos materiais e humanos à sua passagem. Mas as marcas na economia começam a revelar-se à medida que o nível das águas vai baixando e o Citigroup estima já que o crescimento económico dos EUA no terceiro trimestre deste ano ficou comprometido.

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De acordo com o banco de investimento internacional, a actividade económica está já a dar sinais de moderação, apesar de, a longo prazo, se esperar que os efeitos desta catástrofe sejam limitados. Para já, a dimensão dos estragos está directamente correlacionada com a duração das perturbações na capacidade produtiva, mas o banco alerta que a produção adicional requerida para criar algum alívio nos mercados e permitir a reconstrução das áreas mais afectadas «pode atrasar o crescimento a partir do terceiro trimestre.

A gasolina continua a ser o melhor espelho para reflector os impactos do Katrina. Os preços ultrapassaram os 3 dólares por galão em muitos locais dos EUA, e as refinarias estimam que pode levar entre uma a quatro semanas a ser totalmente restaurada. O preço do gás deverá permanecer, por isso mesmo, elevado durante as próximas semanas. Se o preço por galão se mantiver, a nível interno dos EUA, nos 3 dólares por galão, e se mantiverem a esse nível durante este mês de Setembro, a gasolina poderá absorver cerca de 4% dos rendimentos pessoais dos norte-americanos, tal como aconteceu no princípio dos anos 80.

A inflação, claro está, não pode deixar de ressentir-se desta tendência.

Deste lado do Atlântico, o impacto é inevitável. A cotação internacional da gasolina afecta já Portugal, onde os preços dos combustíveis acabam de subir, novamente, nas bombas daquela que é a petrolífera líder do mercado nacional, a Galp. Na evolução da inflação, o agrupamento da energia tem vindo a ser apontado como o principal impulsionador e as próprias previsões de crescimento económico deverão ser revistas em baixa pelo Governo, como já admitiu o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. O responsável admite que Portugal atravessa «um período de estagnação», embora considere que falar de recessão é, para já, precipitado.
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