Países emergentes pedem reorganização do sistema financeiro

Os principais os países emergentes (Brasil, China, Índia e Rússia) querem «uma reorganização do sistema financeiro mundial», declarou sexta-feira o ministro brasileiro da Economiam, Guido Mantega.

Estes países consideram que o G7, que reúne as economias mais avançadas, não pode enfrentar sozinho uma crise como a que afecta actualmente todas as economias, afirmou Mantega, após uma reunião com os seus homólogos dos países dos BRIC (Brasil, China, Índia e Rússia), avançou a «Lusa».

O ministro brasileiro afirmou que o G20, grupo dos países mais industrializados e potências emergentes, devia ser reforçado para supervisionar o grupo dos países ricos.

Esta posição comum foi acordada antes de uma reunião dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais em São Paulo, que deve preparar a cimeira do G20 a realizar a 15 de Novembro em Washington.

Mantega, resumindo as discussões entre os seus homólogos da Rússia, da Índia e da China, declarou que todos chegaram «à conclusão de que deve haver uma reformulação, uma reorganização do sistema financeiro mundial».

O ministro brasileiro relembrou especificamente o sistema instaurado pelos acordos de Bretton Woods, em 1944, que considerou ultrapassado e que precisa de ter em conta o peso económico dos países emergentes.

O G7, composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão, «não é suficiente», afirmou Guido Mantega.

Os países emergentes querem que o G20 (que inclui o G7, os BRIC e outros países como a Coreia do Sul, Indonésia e Turquia) seja reforçado e que as suas reuniões devem ser elevadas do nível ministerial actual ao dos chefes de Estado e de governo.