TGV arranca em 2008 e inclui nova ponte sobre o Tejo

No final do segundo semestre de 2006 o Governo quer apresentar o projecto junto de Bruxelas para negociar a atribuição de apoios comunitários, que deverão situar-se em entre 20% e 30% do investimento, fixado em 7,1 mil milhões de euros, valor que subirá para 7,6 mil milhões se for contabilizada a terceira ponte sobre o Tejo, a construir entre Chelas e o Barreiro.

A principal novidade do projecto, que o Ministério dos Transportes vai apresentar na próxima terça-feira, é a comparticipação da iniciativa privada na construção da "superestrutura da rede". Ou seja, tudo o que diz respeita à electrificação, sinalização e instalação de catenárias nas linhas. A participação da iniciativa privada está fixada entre em 30% e 40% do custo do projecto.

A "subestrutura da rede" (tudo o que diz respeito ao terreno, colocação de travessas, balastro, etc.) será suportada pelo Estado porque, diz a mesma fonte, "não gera cash-flow positivo". O "investimento do Estado" nesta parte do projecto está fixado entre 30% a 50%.

Para servir a ligação Lisboa/ /Madrid vai ser construída uma nova ponte entre Chelas e o Barreiro. Uma forma de tornar a infra-estrutura viável é a criação de um novo serviço de suburbanos entre Lisboa e a Margem Sul do Tejo. Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes, confirmou ao DN que, "existem privados interessados" em explorar este serviço, entre os quais o Grupo Barraqueiro.

No dia 13, o Governo poderá avançar já com a decisão sobre a ligação Lisboa/Porto. O Executivo tem em cima da mesa duas propostas a ligação por sul é mais barata, mas vai aumentar o tempo de percurso em cerca de 15 minutos; na opção pela margem norte, o investimento sobe, com as obras necessárias para a passagem do comboio de alta velocidade entre Alverca e Vila Franca, mas tem como vantagem a redução do tempo de viagem.

A ligação entre Lisboa e Madrid deverá entrar em operação em 2013 e a linha Lisboa/Porto no ano seguinte. Ou seja, o comboio de alta velocidade vai ficar pronto ainda antes do novo aeroporto da Ota, cujas obras só deverão ficar concluídas em 2017. A aquisição do material circulante será feita pelos consórcios que vencerem os concursos para a exploração comercial das duas ligações.