Baixa inovação penaliza tanto empresas como impostos altos - TVI

Baixa inovação penaliza tanto empresas como impostos altos

AIP

Jorge Rocha de Matos sublinha a importância da criatividade

Os empresários portugueses há muito que se queixam da elevada carga fiscal, que os coloca em situação de desvantagem na competição com as homólogas da vizinha Espanha, por exemplo. Mas existem outros factores que comprometem de forma igual a competitividade das nossas empresas: a fraca inovação.

«São aspectos de natureza diferente mas que influenciam igualmente a competitividade das empresas», considera o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Jorge Rocha de Matos. Em declarações à Agência Financeira, o comendador diz mesmo que os dois factores devem ser «equacionados em simultâneo».

Recorde-se que Espanha tem uma taxa de IVA de 16%, o que compara com os 21% actualmente praticados em Portugal, já para não falar da diferença em sede de imposto sobre os rendimentos empresariais (IRC).

Estado e empresários têm de agir de mãos dadas

Para a AIP, a solução passa não só por alterações fiscais, há muito defendidas, mas também por «uma boa conjugação de políticas públicas e de estratégias empresariais inteligentes».

Deste ponto de vista, o apoio do Estado à inovação e à qualificação profissional assume um papel de destaque. Os incentivos à inovação e à qualificação destinados às empresas estão em larga medida vertidos no QREN. «Por natureza, são um recurso escasso que importa ser bem aplicado, isto é, com sentido estratégico e com foco, para que o seu papel instrumental visando operar as mudanças ao nível da cadeia de valor das empresas, seja uma realidade», diz Rocha de Matos.

O líder da AIP defende por isso o «favorecimento de lógicas de cluster, como são os pólos de competitividade e tecnologia», que deverá ter um papel importante no fomento da inovação. «Isso tem que ser feito em estreito diálogo com as estruturas representativas das empresas e com estas directamente enquanto beneficiárias e destinatárias desses incentivos. A monitorização deste processo tem que ser acompanhada de perto pelos stakeholders relevantes públicos e privados», adianta.

O contributo da AIP

A associação dos industriais tem tentado dar também o seu contributo para aumentar a inovação em Portugal. A AIP é um dos promotores da Feira da Inovação, que vai decorrer 5ª feira em Lisboa, um evento de que a Agência Financeira é Media Partner.

«Há uma diversidade actividades, acções e projectos que a AIP-CE desenvolve que vão desde a formação (incluindo a formação avançada e as metodologias de formação-acção que têm como fio condutor a inovação), às acções de sensibilização às boas práticas em matéria de inovação, ao desenvolvimento da propriedade intelectual, à qualidade», lembra o comendador.

A AIP-CE dispõem também de uma plataforma tecnológica, a IwayTrade, «com valências que incluem o comércio electrónico e um vasto conjunto de actividades ligadas à economia digital, que como é sabido são hoje extremamente relevantes em matéria de inovação».

A iniciativa do Innovation Marketplace e Forum Inovjovem são complementares, interagem num quadro de valorização de soluções tecnológicas, produtos e qualificações e competências.
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