Cavaco elogia «espírito reformista» do Governo - TVI

Cavaco elogia «espírito reformista» do Governo

Presidente da República, Primeiro-Ministro e Presidente da Assembleia da República

O Presidente da República fez, ontem, praticamente durante uma hora, um exercício de elogio e de apoio às reformas que o Governo socialista de José Sócrates está a levar a efeito, subscrevendo, sem hesitações, as medidas que mais controvérsia têm levantado.

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«Nós estamos a fazer (as reformas) na direcção que é necessário fazer», chegou a dizer Cavaco Silva, como que assumindo também como suas as políticas do executivo socialista.

Deu o seu beneplácito à Lei das Finanças Regionais, que o PSD tem contestado vivamente, e também, ao contrário dos sociais-democratas, vê a economia e as finanças no rumo certo: «Os indicadores gerais vão no sentido positivo», cita o Público.

Na primeira grande entrevista que deu após ter chegado a Belém, quinta-feira na SIC, o Presidente da República deixou explícita a sua consonância com as reformas que mais protestos têm desencadeado, seja na administração pública, na educação ou na segurança social. «Este Governo revela um espírito reformista», declarou o Presidente. E só perante a insistência de Maria João Avillez, que conduziu a entrevista, sobre a razão que assistirá aos portugueses de se insurgirem contra sacrifícios que lhes estão ser pedidos ao longo dos últimos anos, o Presidente da República admitiu «compreender o receio das pessoas», garantiu «estar atento» e deixou um compromisso. «Se for necessário, um dia, perante a gravidade da situação, falarei em público», prometeu, acrescentando, no entanto, que «neste momento» não tinha razões para o fazer.

A tão contraditada «cooperação estratégica» que marcou a campanha presidencial de há um ano foi o pretexto para a jornalista tentar obter de Cavaco Silva a sua avaliação pessoal sobre a relação com José Sócrates ao longo dos oito meses de coabitação institucional. Fiel à sua proverbial reserva, o Chefe de Estado não cedeu em confidências, falou de uma nova cooperação, «a cooperação silenciosa, que é aquela que pode produzir resultados», mas também de lealdade e de confiança. «Até este momento, não houve nem forte, nem leve dessintonia», disse.
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