Segundo prevê o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Augusto Cymbron, a queda de cerca de 14% registada no câmbio do dólar (moeda usada nas transacções de petróleo nos mercados internacionais) face ao euro, deverá reflectir-se nos preços de venda ao público. «Mas entre a compra do barril de crude aos países produtores até à saída dos combustíveis das nossas refinarias decorre um período de dois meses e meio a três meses», explica. Por essa razão, só em Fevereiro se pode esperar combustível mais barato, como consequência da evolução cambial.
No entanto, o efeito nos preços de revenda ao público nunca será «da dimensão dos 14%». Até porque outros factores concorrem para o preço final destes produtos, como é o caso da própria matéria-prima, custos salariais, impostos, etc.
E como se prevê que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) venha a reduzir a produção diária para manter os preços um pouco mais elevados, a descida deverá ser ainda mais moderada.
A descida dos preços até seria vista com bons olhos pela associação. É que a subida que se tem verificado desde a liberalização do sector, só levou à queda das vendas nas gasolineiras nacionais.
«Sobretudo perto da fronteira, as vendas caíram muito. Há situações críticas. As pessoas vão comprar a Espanha, onde os impostos são muito mais baixos. Lá, o preço do litro de gasolina é 22 cêntimos mais baixo e o do gasóleo é 10 a 11 cêntimos inferior», lembra Augusto Cymbron.
O presidente da ANAREC garante que os revendedores «não podem baixar os preços, porque as suas margens são muito reduzidas. Só as gasolineiras das marcas brancas é que o conseguem fazer, mas aquilo que fazem é concorrência desleal», acusa.
Combustíveis vão baixar em Fevereiro
- Paula Martins
- 14 dez 2006, 19:22
A desvalorização recente do dólar face ao euro, a manter-se, deverá permitir uma redução dos preços dos combustíveis em Portugal, mas só em Fevereiro do ano que vem.
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