Companhias aéreas alvo de fraude milionária dos clientes - TVI

Companhias aéreas alvo de fraude milionária dos clientes

Aeroporto

As companhias aéreas são frequentemente alvo de pequenas fraudes por parte dos clientes. Apesar da pequena dimensão, quando olhadas em conjunto, estas fraudes são responsáveis por prejuízos na ordem dos 442 milhões de euros.

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Segundo um estudo da consultora internacional Deloitte e da Associação Internacional de Auditores Internos de Transportadoras Aéreas (IAAIA), 79% das transportadoras aéreas afirmam ter sido alvos de fraudes no ano passado. O mesmo mostra que as fraudes aumentaram mais de cinco vezes desde o último estudo feito sobre o sector há seis anos.



Segundo cálculos da Deloitte, as transportadoras aéreas perdem em média 2,2 milhões de euros por ano devido a fraudes, sendo o principal alvo as transportaras de baixo custo (as low cost). O número médio de casos de fraude sofridos pelas low cost foi superior a um milhar por ano, comparativamente com cerca de 300 nas transportadoras normais. As empresas de transportes charter são as que menos têm de se preocupar, devido ao menor número de negócios directos com o público.

Os vários tipos de fraudes



Entre os inúmeros tipos de fraudes identificados, contam-se a falsificação ou roubo de bilhetes, o roubo de cargas, falsas reclamações de bagagem, abuso dos privilégios de frequent flyer e cheques sem cobertura. No entanto, o grande volume de prejuízos resulta de fraudes com cartões de crédito.



Mais de um terço das transportadoras já foram atingidas por fraudes com cartões de crédito, as quais representam 60% de todos os prejuízos causados por fraudes externas. Este tipo de fraudes está a custar às transportadoras aéreas, em média, mais de 740 mil euros por ano. As low cost são aquelas em que se regista o maior número de fraudes com cartões de crédito, devido em parte ao grande número de bilhetes vendidos através da Internet.

Funcionários também defraudam transportadoras



No entanto, nem todas as fraudes têm origem no exterior das empresas. O estudo constatou também a existência de um número crescente de fraudes relacionadas com abuso do estatuto de frequent flyer, com um número cada vez maior de funcionários a desviar pontos para amigos e familiares. Cerca de 20% das empresas também admitiram a existência de casos internos de apropriação dos dados pessoas dos passageiros, afirmando que em 7% dos casos os funcionários tinham usurpado a identificação dos passageiros.



Embora este aumento possa dever-se em parte às melhores capacidades de detecção, o estudo demonstrou que cerca de 60% das transportadoras aéreas não têm qualquer programa anti-fraude, não fazem avaliações frequentes do risco de fraude e não guardam quaisquer registos sobre fraudes. Mais de um terço das transportadoras aéreas descobrem as fraudes «por acaso».

Companhias sem condições para combater fraudes



Comentando estes dados, Jean-Pierre Garitte, patrocinador do estudo e European Enterprise Risk Services Partner na Deloitte afirmou que «o estudo mostra que os actuais sistemas informáticos não são suficientemente sólidos para fazer frente aos autores das fraudes que utilizam tecnologias em constante evolução para poder passar qualquer tipo de controlo. As empresas tentam levar um número cada vez maior de clientes a reservar as suas passagens através da Internet em vez de o fazerem pessoalmente ou através do telefone mas, para isso, têm de garantir que os seus sites cumprem os padrões de segurança necessários».



Segundo Garitte, «o facto de 90% dos participantes no estudo estarem a prever um aumento ou, pelo menos, a manutenção do nível de fraudes em 2007 é algo que deve merecer a nossa atenção, sobretudo num momento em que as transportadoras áreas são obrigadas a funcionar com margens de lucro cada vez menores. Em alguns casos, as margens são já tão reduzidas, que a incidência de fraudes pode marcar a diferença entre ter lucro ou prejuízo».
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