Contas do BCP relativas a 2007 podem resultar noutro processo - TVI

Contas do BCP relativas a 2007 podem resultar noutro processo

BCP: Conselho Superior recebe Santos Ferreira e Cadilhe

Filipe Pinhal disse que perdas das off shores estavam contabilizadas mas actual administração não corrobora, o que pode configurar prestação de informações falsas

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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pode ter matéria para abrir mais um processo contra os antigos administradores do BCP se o banco reconhecer nas contas de 2007 perdas relativas a anteriores exercícios, avança a «Lusa».

A contabilização de perdas relativas a anteriores exercícios nas contas que o banco divulga terça-feira pode configurar a prestação de informações falsas ao mercado e à CMVM por parte da administração cessante.

Isto porque a administração presidida por Filipe Pinhal, num comunicado feito em Dezembro, confirmava, em resposta a um pedido de esclarecimento do regulador, «que a informação financeira por ele [BCP] mais recentemente divulgada, nomeadamente a relativa ao período findo em 30 de Setembro de 2007, reflecte integralmente as perdas financeiras» decorrentes das operações, sob investigação, feitas através de off shores.

«Aquela informação financeira, bem como a informação subsequente até ao presente tem sido preparada de acordo com as políticas e critérios contabilísticos adequados, (...) em todos os aspectos materialmente relevantes, não existindo quaisquer outras situações não relevadas», garantia a administração cessante.

Uma comunicação ao mercado feita pelo BCP na semana passada põe em causa a veracidade desta informação.

Diz a actual administração que nas contas de 2007 contemplou «possíveis impactos identificados nos processos em curso por parte das autoridades de supervisão, quer no exercício de 2007 quer em exercícios anteriores».

O Conselho de Administração Executivo aprovou já, no dia 13 de Fevereiro, as contas relativas ao exercício de 2007, que irá divulgar terça-feira.

Recorde-se, que, numa recente audição parlamentar, o presidente da CMVM, Carlos Tavares, explicou que a CMVM tinha já aberto um processo de acusação ao BCP, envolvendo a concessão em larga escala de empréstimos a clientes para compra de títulos da instituição financeira durante os últimos aumentos de capital.

Esclarecia que estavam também a decorrer processos de averiguação para saber se houve infracção relativamente a artigos do código bolsista que se prendem com a defesa do mercado, abuso de informação e manipulação de mercado.

Além de Carlos Tavares, posteriormente também o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças foram à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças falar da grande opacidade na comunicação prestada pelo BCP às autoridades, dado que o banco deu informações que não eram verdadeiras quando questionado pela CMVM relativamente a certas operações.
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