Corrida às gasolineiras mais baratas para abastecer a crédito - TVI

Corrida às gasolineiras mais baratas para abastecer a crédito

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A subida dos preços dos combustíveis está a desviar clientes dos postos tradicionais para as gasolineiras dos hipermercados que praticam preços mais baixos, levando os automobilistas a formar filas diariamente, alguns para abastecer a crédito, escreve a «Lusa».

Segundo Miguel Costa, responsável da Área de Negócio das Gasolineiras da cadeia de hipermercados Jumbo, a estratégia da rede de postos de combustível é praticar os preços mais baixos das regiões onde estão instalados.

Diariamente registam-se filas constantes para abastecer, provocando sérios problemas de congestionamento de trânsito que prejudicam, inclusive, os acessos ao hipermercado.

A escalada dos preços dos combustíveis não está a afectar negativamente o movimento, que até tem aumentado.

«Quanto maior é o preço mais apetência existe por parte do público em afluir aos nossos postos Jumbo», garante.

Pagar só no fim do mês

Uma das razões apontadas por alguns automobilistas à «Lusa» para a preferência por aquela gasolineira é a possibilidade de pagar o abastecimento «no fim do mês», através do «cartão Jumbo».

O responsável reconhece que «o cartão Jumbo tem uma elevada adesão por parte dos clientes, sendo também um meio de pagamento muito utilizado nas gasolineiras Jumbo».

Fugir das bombas de marca

«Temos que procurar o preço mais baixo, porque isto que está a acontecer é uma roubalheira», queixava-se um fiscal de obras, em declarações à «Lusa», referindo-se aos sucessivos aumentos dos combustíveis dos últimos meses. José Carvalho procura as promoções sempre que é possível, nem que isso o obrigue a «perder tempo» numa extensa fila como a que diariamente se regista junto ao posto localizado nas proximidades do Parque Nascente. «Quando sou obrigado a abastecer num bomba normal, meto só cinco euros», afirmou.

«Isto é um absurdo. As pessoas não sabem o que fazer. Desde que comprei a minha carrinha, o gasóleo já aumentou 100 por cento, passou de 70 cêntimos para 1,40», afirmou um outro cliente.

«A mim não me interessam os descontos, poupam-se alguns cêntimos que nem dão para aquecer a carteira», criticou um taxista que se encontrava naquele local, comentando os descontos que algumas gasolineiras oferecem, que considera que só servem para «enganar o Zé Povinho».

«Antigamente abastecia o meu carro com 20 euros e dava-me para o dia todo», afirmou, lamentando que «agora, mesmo que abasteça com 30 ou 40 euros, é quase impossível chegar ao fim do dia com gasolina no depósito».

Numa ronda efectuada pela «Lusa» foi possível constatar que os preços diferem de posto para posto. Numa mesma estrada, oscilavam entre 1,375 e 1,295 euros.
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