Crise fecha quase 4 mil oficinas em seis anos - TVI

Crise fecha quase 4 mil oficinas em seis anos

Oficina

Oficinas espanholas procuram mecânicos em Portugal para fazer frente ao aumento de serviço

Relacionados
A tão falada crise atingiu em cheio o sector das reparações automóveis. As oficinas queixam-se de tempos difíceis e grande parte das empresas, sobretudo as mais pequenas, de cariz familiar, chegam ao fim da linha e têm mesmo de encerrar portas.

Seguradoras pedem a oficinas para usarem peças de menor qualidade

Oficinas passam a fazer reparações a crédito

De acordo com as estimativas da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), nos últimos cinco anos encerraram em Portugal 2.900 oficinas (cerca de 24% do total) e, num espaço de menos de um ano, a ARAN aposta que fecharão mais mil (cerca de 10%), disse o presidente da associação, António Teixeira Lopes, à Agência Financeira.

«Quer isto dizer que, num espaço de seis anos, Portugal terá perdido cerca de 35% das oficinas que tinha», explica. A ARAN estima que existam entre 9 mil e 9.500 oficinas em Portugal.

Portugal perde, Espanha ganha

«Enquanto as nossas oficinas fecham, Espanha tem cada vez mais negócio», revela. É que «os portugueses estão a levar os seus carros para reparar em Espanha, porque lá é mais barato».

A razão é simples, tudo se deve à diferença da taxa de IVA, que em Portugal é de 21% e do outro lado da fronteira baixa para 16%. «As pessoas vão lá reparar o carro, aproveitam para comprar todas as outras coisas que também são mais baratas lá, desde os combustíveis ao tabaco, à mercearia, etc. e acaba por compensar», diz.

As coisas chegaram a um ponto tal que, enquanto as nossas oficinas encerram portas, a congénere espanhola da ARAN «anda a recrutar trabalhadores em Portugal, sobretudo para a Galiza, porque o negócio lá está a crescer».

Mas não é só o serviço que se está a deslocar para o lado de lá da fronteira. O investimento já está a seguir pelo mesmo caminho. «Até os grupos portugueses estão a deslocar o investimento para Espanha e a comprarem empresas lá, como foi o caso da Salvador Caetano ou da Santogal», ilustra António Teixeira Lopes.
Continue a ler esta notícia

Relacionados