Fonte ligada ao processo adiantou hoje à agência «Lusa» que a decisão instrutória (no sentido de levar Cunha Vaz a julgamento) foi proferida no passado dia 13, por um magistrado do 5º Juízo Criminal de Lisboa.
De acordo com a mesma fonte, a decisão de Ferro Rodrigues de accionar uma queixa-crime contra Cunha Vaz surgiu na sequência de um texto de opinião, publicado no «Diário Económico» a 13 de Janeiro de 2005, em que o cronista afirmava que o líder socialista não era arguido no processo Casa Pia, por ter prescrito o prazo para apresentação de queixa por parte das eventuais vítimas.
A fonte adiantou que no mesmo artigo, Cunha Vaz questionava o que haveriam de pensar os militantes socialistas ao verem o nome do partido arrastado para a lama pelo líder para se proteger a si e ao seu amigo Paulo Pedroso, ex-deputado e antigo secretário de Estado e ministro socialista.
Na sequência do processo, António Cunha Vaz acabou por ser acusado de difamação pelo Ministério Público (MP) e pediu a abertura de instrução, finda a qual o juiz de instrução considerou que havia matéria para levar o arguido a julgamento por difamação.
Segundo a mesma fonte, o processo vai ser agora distribuído aos juízos criminais para ser julgado.
A agência «Lusa» tentou contactar António Cunha Vaz, cuja empresa vai fazer a assessoria da campanha presidencial de Mário Soares, depois de já ter feito a de Carmona Rodrigues à Câmara de Lisboa, mas tal não foi possível.
A mesma fonte adiantou à agência de notícias que o Tribunal da Relação de Lisboa «confirmou integralmente» a decisão do tribunal de primeira instância que condenou o semanário «O Independente», a sua directora e uma jornalista por difamação na sequência de um artigo também relacionado com Ferro Rodrigues.
O artigo, publicado a 25 de Julho de 2003, intitulado «Suspeitos do Costume» e assinado por Inês Serra Lopes e por Adriana Vale, referia que os socialistas Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso e Vieira da Silva estavam a ser alvo de «nova investigação sobre alegada pedofilia, desta feita numa instituição ligada ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), o CIDEC, da qual saíram em conflito».
Ferro Rodrigues foi presidente da Assembleia-Geral do CIDEC, Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos, Vieira da Silva pertenceu à direcção e Paulo Pedroso era investigador.
O artigo de «O Independente» referia que Ferro Rodrigues e Vieira da Silva teriam supostamente protegido duas pessoas suspeitas de terem comportamentos pedófilos que a direcção pretenderia despedir.
A fonte adiantou que o tribunal de primeira instância condenou o semanário ao pagamento de uma indemnização de 50 mil euros e a directora e a jornalista a uma pena de multa, decisão que foi mantida pela Relação de Lisboa.
Cunha Vaz julgado por associar Ferro Rodrigues ao processo Casa Pia
- Redação
- Lusa com SAS
- 20 out 2005, 20:19
António Cunha Vaz, antigo director de comunicação do Benfica, vai ser julgado por difamação por um artigo de opinião que escreveu no «Diário Económico», em que relacionava o ex-líder do PS, Ferro Rodrigues, ao escândalo de pedofilia da Casa Pia.
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