Entre os produtos tangíveis encontram-se os selos, moedas e arte. Investimentos nestes produtos são desaconselhados devido ao elevado risco deste tipo de operações e por serem mercados muito especializados para os consumidores.
«Esperamos que as autoridades portuguesas investiguem a actividade da Afinsa (empresa filatélica) e do Fundo Filatélico para saber até que ponto a fraude registada em Espanha se estende às filiais em Portugal», disse hoje à agência Lusa fonte da Defesa do Consumidor (DECO).
Na terça-feira foram detidas, em várias cidades espanholas, nove pessoas, entre as quais dois portugueses, durante uma operação contra crimes económicos alegadamente cometidos pela empresa Afinsa e pelo Fórum Filatélico.
A DECO alerta também para os consumidores para o facto destas empresas «não disporem de fundos de garantia ou terem capacidade para financiar os clientes no caso de alguma coisa correr mal».
«O apelo a um rendimento garantido elevado induz as pessoas em erro, além destas não estarem conscientes do risco que correm», garante a DECO.
Adianta que «os clientes têm vindo a colocar inteiramente nas mãos destas empresas, que não operam numa óptica de mercado de aforro e são pouco transparentes».
Entidades como Afinsa escapam à supervisão do Banco Central
Hoje, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, afirmou que a actividade de entidades como a Afinsa, implicada num caso de fraude em Espanha, escapam à supervisão do Banco Central, que não pode determinar o seu encerramento.
O responsável, que falou aos jornalistas antes de entrar para a Comissão Parlamentar de Economia e Finanças, recordou que, em Janeiro, o Banco de Portugal e a CMVM (entidade reguladora do mercado de capitais) emitiram um comunicado conjunto prevenindo para a existência de actividades de recolha de fundos em torno de objectos de arte e selos.
Estas actividades como a desenvolvida pela Afinsa não estavam registadas em nenhum deste órgãos de supervisão dos mercados financeiros, explicaram na ocasião o banco central e a CMVM.
Vítor Constâncio revelou que existem investigações sobre este género de actividades desde o ano passado, que têm sido desenvolvidas pela Polícia Judiciária, através da Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira.
O governador do Banco de Portugal explicou que existem outras entidades deste género além daquelas que vieram a público hoje, e explicou que o seu encerramento não está nas mãos da instituição.
Vítor Constâncio também aconselhou os investidores a terem «cautela quando fazem este tipo de investimento» e a procurarem garantias da idoneidade das entidades que os desenvolvem.
A DECO lamenta também que este tipo de empresas esteja a «aproveitar-se indevidamente de um vazio de supervisão para prometer rentabilidades elevadas aos clientes, sem que garantam transparência e segurança».
Além disso, alertam para a «publicidade enganosa» que tem sido feita profusamente nos últimos meses.
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DECO desaconselha investimentos em produtos tangíveis
- Redação
- Lusa/SAS
- 10 mai 2006, 12:57
![Lançada colecção de selos «Três Grandes»](https://img.iol.pt/image/id/256339/1024.jpg)
A DECO desaconselhou hoje os pequenos aforradores a investir em produtos tangíveis.
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