Documentos tirados do BPN na noite antes das buscas - TVI

Documentos tirados do BPN na noite antes das buscas

Oliveira e Costa

Ricardo Pinheiro diz que não foi coincidência

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O Conselho de Administração do BPN, liderado por Oliveira e Costa, ordenou que toda a documentação relativa a processos das offshores BPN Cayman e BPN IFI fosse retirada das instalações do banco em Lisboa imediatamente antes de terem sido feitas buscas à sede do BPN no âmbito da operação furacão.

De acordo com o antigo director de operações do BPN, Ricardo Pinheiro, quando as buscas começaram, toda a documentação estava em contentores, pronta para seguir para Cabo Verde.

Os documentos em causa, referente a processos de abertura de contas e outras da BPN Caiman e BPN IFI começaram a ser retirados do banco um dia a um dia e meio antes das buscas e terminaram na noite de dia 19 de Outubro de 2005. Na manhã de dia 20, as buscas foram feitas no BPN.

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Uma sequência temporal que, de acordo com as declarações prestadas pelo ex-responsável do banco perante a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os acontecimentos que levaram à nacionalização do banco, «não foi objectivamente nenhuma coincidência». Ricardo Pinheiro disse não saber como a Administração do banco soube do que se iria passar, mas lembrou que, «dias antes, estavam já nos jornais os nomes dos bancos que seriam alvo de buscas».

Dezenas de pessoas sabiam do Insular

O antigo director de operações assegurou também que pelo menos «uma ou duas dezenas de pessoas tinham conhecimento da existência do Insular». Ressalvou que «o grau de conhecimento podia variar», mas afirmou não ter dúvidas de que «a informação fluía, e as pessoas sabiam».

Entre as pessoas que teriam conhecimento estavam alguns accionistas, administradores e quadros superiores. Aliás, Ricardo Pinheiro precisou que as operações sobre clientes com contas no Insular vinham, normalmente, de três origens: «a administração, ou seja, Oliveira e Costa (e estas eram a maioria), Luís Caprichoso e a sua equipa, e ainda as direcções comerciais, através de altos quadros dessas estruturas, como a de Private Banking». Nestes últimos casos, o ex-director precisou que as mesmas eram sempre sujeitas ao aval de Oliveira e Costa.

Accionistas também traziam operações

Outras pessoas podiam também trazer operações destas, incluindo accionistas, afirmou Ricardo Pinheiro, para quem, «mesmo que nunca lhes tivesse sido dito explicitamente, estava implícito e tinham esse conforto, de que se tratavam de operações com uma estrutura do BPN».

O responsável, que se encontra ainda de licença sem vencimento do BPN e a trabalhar em Angola há dois anos, explicou a existência dos chamados Balcão 1 e 2 do Insular. «O Banco Insular servia para parquear operações nossas. Eram encaminhadas para um ou outro balcão consoante apresentassem rácios de capital acima do permitido pela legislação portuguesa ou não.
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