Possível compra da SLN por Carlyle apoiada por angolanos - TVI

Possível compra da SLN por Carlyle apoiada por angolanos

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Joaquim Coimbra diz que Oliveira e Costa «falou efectivamente» da Carlyle

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Os contactos entre a Carlyle e Oliveira e Costa, tendo em vista a compra de uma participação de 40 por cento ou mais no grupo SLN, tinham por trás o apoio financeiro de investidores angolanos, de acordo com Joaquim Coimbra.

O empresário, que é accionista de referência da SLN, está a ser ouvido na comissão de inquérito parlamentar sobre a nacionalização do BPN e defendeu que no conselho superior da SLN de 17 de Dezembro de 2007 «o presidente do grupo [Oliveira e Costa], dentro da apresentação de contas ao fecho de 2007, falou efectivamente da Carlyle».

De acordo com a agência Lusa, os accionistas deram luz verde à administração da SLN para «desenvolver o possível negócio», garantiu Joaquim Coimbra.

Autoridades «teriam conhecimento da operação»

Depois do momento da saída de Oliveira e Costa do grupo, «nunca mais se ouviu falar na Carlyle», frisou.

«Após a sua saída [Oliveira e Costa], fui interveniente nos contactos com a Carlyle e em finais de Fevereiro fui contactado pelo representante da Carlyle em Portugal», revelou, acrescentando que foi a uma reunião acompanhado de Nuno Silva, outro accionista de referência da SLN.

«O representante da Carlyle falou-nos dos contactos que tinha tido anteriormente com Oliveira e Costa e informou-nos que a Carlyle podia estar interessada em voltar a desenvolver negociações», sublinhou.

«Foram-nos apresentados os termos da proposta da Carlyle que tinha por base investidores angolanos. A ideia era o BPN actuar em Angola e, por seu lado, Angola ter um banco na Europa».

«Disseram-me que as autoridades portuguesas teriam conhecimento de toda a operação. Como tal, dei conhecimento disto não só ao grupo dos dez accionistas de referência, como também ao conselho de administração que já era liderado por Abdool Vakil», continuou.

O empresário acrescentou que recebeu uma carta a 13 de Março de 2008 da Carlyle, na qualidade de membro do conselho superior, carta que Joaquim Coimbra diz ter apresentado ao conselho superior da SLN.

Na carta, a Carlyle prontificava-se a falar com as autoridades portuguesas e terá sido dito ao presidente do conselho de administração que desse início a um processo negocial, com aval dos accionistas.

"Foi um processo que demorou algum tempo, por razões que desconheço, ligadas à conjuntura, às auditorias, ao tempo que demorou o processo, à situação provisória do presidente do conselho de administração, e até à pressão exercida pelo Banco de Portugal nos meses de Abril e Maio".

"Ninguém compra nada numa situação destas sem haver uma auditoria profunda. Quem viesse a entrar no grupo só o faria após decorrer uma auditoria profunda, contratada pela parte compradora", revelou. Entretanto, o BPN foi nacionalizado.

Tudo isto terá "desmotivado os investidores, porque a Carlyle seria o veículo para a possível aquisição, mas atrás estariam investidores angolanos".

Joaquim Coimbra finalizou dizendo que, em momento nenhum, teve com Oliveira e Costa conversa sobre este assunto e que nunca mais teve contacto com ele desde 14 Março de 2008.
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