Economia nacional vai continuar recessiva até ao fim do ano - TVI

Economia nacional vai continuar recessiva até ao fim do ano

Banco de Portugal alerta que défice corrente e de capital não é sustentável ao nível actual

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A tendência recessiva que marcou o final de 2009 vai manter-se na economia portuguesa todo este ano, considera o Banco de Portugal (BdP) no seu Boletim Anual.

«Portugal voltou a registar em 2008 um dos crescimentos mais baixos entre os países da área do euro e da União Europeia», pode ler-se no documento, onde a instituição acrescenta que depois de esta «forte desaceleração», «a contracção marcada da economia portuguesa tenderá a persistir em 2009».

Recorde-se que em 2008, a economia portuguesa ficou praticamente estagnada, sendo que, para este ano, o BdP estima uma contracção superior a 3% este ano.

No relatório, o banco central alerta para alguns riscos que pressionarão o crescimento, como o elevado défice corrente e de capital.

«Persistem (...) factores que tenderão a condicionar o crescimento tendencial da economia portuguesa no futuro. Em particular, na ausência de uma aceleração significativa da produtividade, a manutenção de uma disparidade significativa entre investimento e poupança internos, reflectida num elevado défice da balança corrente e de capital», acrescenta o BdP.

No ano passado, o défice corrente e de capital subiu de 8,1% em 2007 para 10,5% em 2008, um nível que «não será sustentável indefinidamente, seja ao nível agregado da economia, seja ao nível dos agentes considerados individualmente. Este facto é especialmente relevante num contexto como o actual de financiamento internacionais se tornaram mais restritivas».

«Dado o nível relativamente elevado de endividamento da economia, a gradual e crescente activação das restrições intertemporais de solvabilidade dos vários agentes económicos (particulares, empresas e Administrações Públicas) tenderá assim a reflectir-se num menor dinamismo da procura agregada por um período expectavelmente prolongado. É esse efeito que importa compensar mediante a aceleração do ajustamento estrutural e o consequente acréscimo da produtividade».
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