Enfermeiros sem regalias face à restante função pública - TVI

Enfermeiros sem regalias face à restante função pública

António Correia de Campos, ministro da Saúde

O ministro da Saúde, Correia de Campos, numa visita ao hospital Santa Maria, em Lisboa, disse que os enfermeiros, esta quarta-feira em greve, não podem ter um tratamento diferente dos outros funcionários públicos.

Quanto a repensar a questão das reformas dos enfermeiros, o ministro da Saúde considera que tratar os enfermeiros de uma forma diferente dos outros trabalhadores com profissões difíceis seria uma injustiça.

Para Correia de Campos, citado pela TSF, «não tem sentido termos quatro milhões de trabalhadores por contra de outrem com um regime de reforma aos 65 anos» e os enfermeiros com a possibilidade de aposentação mais cedo.

O responsável pela pasta da Saúde lembra ainda outras áreas com «grande penosidade profissional, como por exemplo as mulheres da indústria têxtil que viram ainda na década de 90 a sua idade de reforma progressivamente prolongada até aos 65 anos».

Comparações são lamentáveis

Em resposta, Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros, considera «lamentável que o senhor ministro da Saúde se permita fazer comparações entre pessoas com profissões diferentes», considerando que não se pode avaliar de ânimo leve a penosidade de funções distintas.

Sobre os números desta greve, já avançados pelos sindicatos, Correia e Campos adiantou que a discussão da adesão não tem neste momento qualquer sentido e só no final quando se fizer um controlo das presenças o Governo vai ter uma avaliação real desta paralisação.

O ministro lamenta o incómodo para os utentes quer dos hospitais quer dos centros de saúde, reconhecendo que a greve afectou algumas consultas externas e tratamentos a nível nacional.

Os enfermeiros estão hoje em greve para manifestarem descontentamento com o facto de perderem a regalia, conseguida há cerca de 14 anos, que lhes permite ter a reforma completa aos 57 anos de idade desde que tenham 35 anos de serviço.
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