«Os recintos não têm casas de banho, têm pisos irregulares, que no Inverno estão cheios de lama e poças de água e no Verão ficam cheios de pó», explica Fernando Assunção, da Federação Nacional das Associações dos Feirantes (FNAF), à «Agência Financeira».
E a ausência de condições não se deve ao facto de as feiras não darem dinheiro às autarquias, «porque dão e bastante», garante. «É que cada feirante paga, além da licença ou cartão de feirante, uma mensalidade à Câmara Municipal pela ocupação do espaço. A nível nacional, a FNAF estima que os feirantes pagam, em média, 50 cêntimos por m2. Normalmente, diz o presidente da FNAF, cada banca tem, pelo menos, 10 metros por 6, ou seja, 60 m2, o que dá 30 euros por cada dia. Num mês, se a feira for diária, a despesa dos feirantes chega a 900 euros. Mas existem muitas autarquias que cobram 75 cêntimos ou até um euro. Mesmo que a feira não seja diária e apenas semanal, basta multiplicar a quantia pelo número de feirantes, para perceber quanto dinheiro a autarquia faz por feira, apenas por disponibilizar o espaço», refere o presidente.
Além disso, denuncia a FNAF, «existem autarquias que colocam os espaços à venda, em hasta pública, que chegam a ser vendidos por 5 ou 10 mil euros, por feirantes que depois, ainda têm de pagar o aluguer diário do espaço da banca».
Uma grande feira «dá cerca de 500 mil contos anuais a ganhar à autarquia», estima o presidente da FNAF. São cerca de 2,5 milhões de euros.
A «Agência Financeira» tentou obter esclarecimentos junto da Associação Nacional dos Municípios de Portugal (ANMP) mas não obteve até ao momento qualquer resposta.
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- Paula Martins
- 14 fev 2007, 14:18
Os feirantes estão cada vez mais revoltados com as más condições dos recintos de feira, disponibilizados pelas autarquias, que «fazem dinheiro à sua custa e os tratam como se não tivessem direitos».
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