Governo manda estudar Alcochete como alternativa à Ota

O Governo promete não tomar nenhuma decisão final sobre a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa durante os próximos seis meses, tempo que deverá demorar um novo estudo.

Esta segunda-feira a Confederação Industrial Portuguesa (CIP) entrega ao Presidente da República um novo estudo, que aponta como alternativa à Ota o campo de tiro de Alcochete.

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, que esteve no Parlamento para participar num colóquio sobre o novo aeroporto comprometeu-se a esperar pelo resultado de um novo estudo, que se vai focar nesta nova hipótese. «Não há nenhuma obsessão nem teimosia do Governo em avançar com a localização da Ota», garantiu.

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) tem seis meses para realizar o estudo, com vista a averiguar se de facto Alcochete apresenta mais vantagens do que a OTA. Segundo disse o ministro aos jornalistas à margem do colóquio, o estudo terá duas fases: uma primeira para avaliar a zona e uma segunda para verificar da sua viabilidade, comparando-a com a da Ota.

Nesse prazo, «o Governo compromete-se a não tomar nenhuma decisão final quanto à localização do novo aeroporto», disse Mário Lino.

«Espero que se escolha o melhor sítio», desabafou ainda, lembrando que, neste momento já estamos «muito atrasados, já devíamos estar a construir o novo aeroporto». Mário Lino disse ainda que «o país não pode esperar mais tempo e não pode estar a adiar decisões».

Segundo o ministro, o estudo da CIP fez uma «análise muito preliminar sobre esta localização» (Alcochete), e «merece maior aprofundamento» tendo em conta a «credibilidade do estudo e das pessoas» que o promoveram.

Segundo Mário Lino, esta zona «nunca tinha sido apontada e portanto nunca tinha sido estudada, ao contrário das zonas do Poceirão e Rio Frio».

O ministro salientou ainda que «não há localizações perfeitas para o aeroporto mas há localizações possíveis», lembrando ainda que a Ota tem sido apontada como possível «há mais de 40 anos e por anteriores Governos».

Mário Lino adiantou ainda que o estudo realizado pela CIP apontou o Poceirão como «pior que a Ota».

O ministro ainda lembrou que a Portela está «esgotada» e que já foram recusados 2 mil voos por falta de capacidade, prevendo-se recuar 2.800 voos e atingir 13,5 milhões de passageiros.